VIDA URBANA
Prédios históricos de CG estão em ruínas
Vários imóveis esperam há anos por restauração.
Publicado em 22/04/2012 às 8:00
Parte da história de Campina Grande está ruindo pela ação do tempo, devido à não conservação de seu patrimônio arquitetônico e cultural. Vários imóveis públicos e particulares esperam há anos por restauração, enquanto que outros estão totalmente abandonados e condenados a serem vistos, no futuro, apenas através dos registros fotográficos que ficaram de uma época em que eles estavam integrados à dinâmica da sociedade.
Quem vê as ruínas do Cine Capitólio e do Cassino Eldorado não imagina que esses dois locais foram marcas de um período de grande prosperidade econômica da cidade, na fase áurea do algodão.
O 'El Dourado' é pura decadência e em nada lembra o relato produzido por Antônio Pereira de Moraes, no seu livro “Vi, Ouvi e Senti”.
Na obra, ele diz que o cassino, inaugurado em 1937, possuía “apartamentos para mulheres e dependências para jogos e diversões.
Era dotado de um possante gerador, pois a luz pública deficiente apagava cedo. A sala do show-room tinha espaço para 36 dançarinos e exibição de artistas. Aos lados, 40 mesas com quatro assentos.
Segundo os comerciantes da Feira Central, o espaço que costumava receber a 'elite do algodão', hoje é frequentado principalmente por usuários de drogas.
Do Cine Capitólio, que atualmente serve apenas como mural de cartazes, o que resta praticamente são as paredes externas.
O historiador Thomas Bruno conta que ele foi inaugurado em 20 de novembro de 1934 com o status de melhor cinema da Paraíba.
O cine possuía capacidade para quase mil espectadores e passou por uma reforma em 1964, quando contou com moderna aparelhagem e poltronas estofadas.
O prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Paraíba (Iphaep) no ano de 2000, mas esse reconhecimento parece não ter surtido nenhum efeito prático acerca do que ele representa para a história da cidade. O mesmo acontece com os armazéns da antiga Estação Velha de Campina Grande, também tombados pelo mesmo instituto. Há alguns anos eles serviram para abrigar bares e restaurantes, mas atualmente estão em completo abandono e se tornaram ponto de encontro de usuários de drogas.
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