VIDA URBANA
Prefeitura de Queimadas exonera procurador que defendeu vaqueiro
Márcio Maciel Bandeira defendeu Leônio Barbosa de Arruda. Prefeito disse que conduta do servidor é reprovável.
Publicado em 21/08/2015 às 9:16
Encerrado no final da tarde da última terça-feira, o julgamento do vaqueiro Leônio Barbosa de Arruda, acusado de violentar sexualmente e assassinar a adolescente Ana Alice Macedo, em 2012, continua rendendo desdobramentos na cidade de Queimadas, Agreste paraibano. Ontem, a prefeitura anunciou a exoneração do procurador-geral do município, Márcio Maciel Bandeira, e de outros três servidores, por conta da atuação deles, direta ou indiretamente, no júri popular que condenou Lêonio a 34 anos de prisão por estupro, homicídio e ocultação de cadáver.
Além de Márcio, foram exonerados o advogado Janduy Barbosa de Andrade, assessor jurídico da prefeitura que também atuou na defesa do vaqueiro, Kaline Tomaz Silva Monteiro, coordenadora da Proteção Social Básica, e Ana Cléa da Costa Silva, secretária administrativa do gabinete.
Em nota divulgada pela assessoria de comunicação, o prefeito Jacó Maciel afirmou que a conduta dos servidores é reprovável e contraria a política adotada pela prefeitura em defesa dos direitos da mulher. “Ao repudiarmos os assassinatos e todo tipo de violência contra as mulheres, seria no mínimo incoerência da minha parte permitir que pessoas vinculadas à nossa gestão atuem de forma antagônica às políticas públicas adotadas sistematicamente em Queimadas”, argumentou.
Já Márcio Maciel disse que recebeu a notícia com surpresa. “Eu atuo no caso desde 2012, isso é de conhecimento público em Queimadas. Acredito que o prefeito resolveu ceder à pressão de movimentos populares e achei a atitude dele reprovável", criticou o advogado, que exercia a função de procurador do município há cerca de dois meses.
A reportagem também procurou os demais servidores exonerados, mas não conseguiu localizá-los. Segundo Maciel, as duas servidoras assistiram ao julgamento, mas não tinham relação direta com o caso. Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seccional Paraíba não se pronunciou sobre o assunto.
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