VIDA URBANA
Presépio de material reciclável chama a atenção em Campina Grande
Ideia foi de um servidor público que monta o presépio desde 2010. Esse ano, o local escolhido foi bairro do Araxá.
Publicado em 24/12/2014 às 10:19 | Atualizado em 14/03/2024 às 13:25
No período natalino, época de reflexão e confraternização, muitas pessoas aproveitam o momento para pensar na origem da festa ao tentar se aproximar do real sentido do Natal e seu apelo religioso.
Consumismo, Papai Noel, presentes caros, glamour e demais apelos comerciais, contrastam com a imagem do Menino Jesus, de família pobre que nasceu em uma manjedoura rodeado de animais. Dentro desse contexto de humildade e simplicidade, o servidor público Genileudo Agripino dos Santos, 33 anos, monta desde 2010 um presépio feito de material reciclado. Esse ano, o local escolhido foi o bairro do Araxá, após as primeiras edições terem sido realizadas no Jardim Continental. Cerca de 100 pessoas visitam o local por dia.
Com muita boa vontade, a representação do ambiente em que Jesus nasceu foi, erguida em meio a um terreno que fica situado na rua Projetada, ao lado da creche e pré-escola Emília Cordeiro Pedrosa. Local bastante movimentado e que facilita o acesso dos visitantes que durante todo o dia escolhem o local para contemplar a beleza da simbologia, contida nos bonecos e artefatos feitos de materiais descartados pela comunidade e doados para que em mais um ano, a tradição seja mantida. O vendedor de picolé Roberto Almeida sempre prestigia o trabalho de “Doutor”, como é mais conhecido Genileudo Agripino, desde quando o presépio era montado no Jardim Continental e reconhece a importância do trabalho, feito com a ajuda de pessoas do povo. “Doutor é muito conhecido e querido aqui na área. Ele está de parabéns mais uma vez pelo belo trabalho”, falou.
A vontade de montar um presépio de Natal para a comunidade, começou quando Genileudo Agripino ainda estava cumprindo pena em um presídio. Na época, ele tentou imaginar de que forma poderia levar aos seus amigos, vizinhos e demais moradores do bairro, algo que pudesse representar a paz de espírito e a importância de se valorizar a religiosidade. Quando obteve a liberdade, sua primeira ação foi voltada para colocar o plano em prática. Com a ajuda de amigos e por conta própria, foi, aos poucos, juntando materiais descartados e, com habilidade, deu forma aos personagens que passaram a encenar o nascimento de Jesus.
“Para mim, é muito gratificante poder proporcionar esse espetáculo para os meus amigos. Tenho consciência de que é tudo muito simples, mas, por isso mesmo, tem um valor especial. Através desse presépio, nós podemos pregar a Palavra de Deus para os necessitados e fazer com que essa magia do Natal não morra.
Utilizamos pisca-pisca, doado por amigos, solidários com a nossa causa. São usados também na arte, garrafas PET, papelão, sofás velhos e outros materiais, que poderiam sujar a rua, entupindo bueiros, mas que passaram a dar vida à mais bela história do mundo – o nascimento de Jesus Cristo.
“Continuaremos com a arte disponível para toda a população de Campina Grande, até o dia 6 de janeiro, quando se comemora o Dia de Reis”, declarou Genileudo Agripino.
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