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VIDA URBANA

Presos quebram grades e paredes do Serrotão durante rebelião

Esposas dos presos também fizeram protestos na parte de fora do presídio e ficaram acompanhando a intervenção da Polícia Militar.

Publicado em 13/05/2015 às 14:09

Grades e portões arrancados, paredes destruídas, câmeras danificadas, depredamento, tiros de borracha e bombas de efeito moral. Este foi o resumo da rebelião ocorrida na manhã desta quarta-feira (13), no presídio do Raimundo Asfora (Serrotão) em Campina Grande, depois que a direção da unidade suspendeu as visitas íntimas programadas para este dia. A medida aconteceu devido o assassinato do preso Josemar Henrique Bezerra Leão, ocorrido na terça-feira (12). As esposas dos presidiários também fizeram protestos na parte de fora do Serrotão e ficaram acompanhando a intervenção da Polícia Militar. Foram mais de duas horas de operação até a situação ser acalmada e voltar ao controle.

Apesar da insatisfação com o cancelamento das visitas, a situação dentro do presídio estava tranquila até às 10h20 quando um pequeno grupo de presidiários começou a protestar, danificar grades e jogar pedras contra as guaritas de observação e câmeras de segurança. Aos poucos a rebelião foi aumentando com a chegada de novos presos e uma das pedras jogadas ultrapassou o muro do presídio e atingiu uma moto da Polícia Militar que acabou derrubando outras quatro motos que estavam estacionadas lado a lado. Pelo menos sete grades que fechavam os pavilhões foram arrancadas e as paredes de três blocos de celas foram destruídas.
Mais de 15 viaturas da Polícia Militar, Choque, Rotam, Polícia Ambiental e Rádio Patrulha, contando ainda com apoio do canil, cavalaria e o helicóptero Acauã que ficou sobrevoando o presídio durante a operação. Quando os militares iniciaram a ocupação do presídio, vários detentos começaram a jogar pedras contra as guarnições. A polícia revidou com bombas de efeito moral, gás de pimenta e tiros com munições não letais. Aos poucos os policiais foram ocupando os pavilhões. A situação só foi controlada após duas horas e os policiais começaram a entrar nos blocos para realizar revistas. Alguns presos que trabalham na cozinha do presídio ajudaram a recolher as grades arrancadas.
Durante a rebelião houve uma informação de que um presidiário teria morrido no Serrotão, mas a direção negou. “Acreditamos que em meio aos comentários sobre o homicídio de ontem, alguma pessoa tenha compreendido mal e informado isso. Também não sabemos se algum interno ficou ferido, mas todo o aparato de médicos e ambulância ficou à disposição no local”, disse o diretor adjunto Celson Bezerra.
Do lado de fora, as mulheres também protestaram e chegaram a fechar a rua que dá acesso ao presídio com pedaços de galhos. Elas pretendia atear fogo, mas a Polícia Militar impediu a ação. “Isso não é vida de gente. Meu sonho é que meu marido saia logo desse inferno”, disse uma das mulheres. Enquanto a rebelião acontecia, a equipe de reportagem do JORNAL DA PARAÍBA flagrou uma mulher se comunicando com um detento do Serrotão através de celular, fazendo um alerta. “Amor. O que está acontecendo aí? Você está me vendo? Eu estou aqui na ladeira, estou de blusa vermelha. Cuidado. Vá para dentro da cela que é melhor. Saia dessa confusão”, dizia a mulher ao telefone, enquanto acenava para o homem e chorava. Apesar das reivindicações, nenhuma das mulheres quis conceder entrevista.
Veja como foi a manhã de hoje no Serrotão
5h – Mulheres começaram a chegar no presídio para visita íntima
7h – A direção informou que não haveria visita íntima para o pavilhão 6, onde um detendo foi morto na terça-feira (12). Os presidiários disseram que se não tivesse visita para todos, não teria para ninguém, com ameaças de rebelião.
8h – As visitantes foram informadas que não haveria mais visitas íntimas para ninguém e começaram a questionar a decisão
9h50 – Visitantes começaram a retornar para casa, enquanto presos estavam ainda no banho de sol. Algumas delas foram para uma rua que dá acesso ao complexo, em um ponto mais alto, de onde é possível ver o que acontece no pátio do Serrotão.
10h20 – Um grupo de presos começou a tumultuar correndo e jogando pedras.
10h40 – Cinco viaturas e o helicóptero Acauã chegaram no presídio e começou a sobrevoar os pavilhões.
10h50 – A direção do presídio acionou a sirene para que os presos retornassem do banho de sol aos pavilhões.
11h – Vários presos começaram a arrancar as grades dos pavilhões, jogar pedras contra guaritas, refletores e câmeras de segurança. Eles também chegaram a atear fogo em alguns objetos, mas as chamas logo se apagaram.
11h10 – Chegaram mais viaturas e reforço do canil e cavalaria da Polícia Militar
11h15 – A Polícia Militar começou a entrar no presídio, obrigando os detentos a voltarem aos pavilhões.
11h20 – Alguns presidiários que trabalham na cozinha começaram a recolher as grades que foram arrancadas e levaram para o setor administrativo .
11h30 – Chegaram mais dois caminhões do Corpo de Bombeiros, duas ambulâncias de Resgate e duas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
11h45 - Alguns presos começaram a tremular lençóis brancos nas janelas dos pavilhões pedindo paz
11h50 – As mulheres, que foram ao local para visitar os presos, fecharam a rua que dá acesso ao presídio com galhos para protestar, mas a Polícia Militar logo liberou a passagem.
12h10 - Mais viaturas da Polícia Militar chegaram no complexo penitenciário
12h20 - A Polícia Militar conseguiu controlar os detentos nos pavilhões e começou a revistar.
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Jornal da Paraíba

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