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VIDA URBANA

Presos suspeitos de aplicar golpes com cheques clonados

Operação integrada entre a Polícia Civil, PRF e Ministério Público desarticulou quadrilha que aplicava golpes com cheques clonados.

Publicado em 26/04/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 14:58

Mais de 6 meses após o início das investigações, uma operação conjunta das polícias Civil e Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público do Estado da Paraíba (MPE) desarticulou na manhã de ontem uma quadrilha interestadual formada por caminhoneiros acusada de aplicar golpes com cheques clonados. As investigações apontam que os cheques eram impressos e remetidos via aérea de São Paulo para os golpistas.

Batizada de 'Rota 171', a operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva nas cidades de São Paulo (SP), Betim (MG), João Pessoa e Campina Grande.

Também foi preso em flagrante, no município de Imperatriz (MA), o caminhoneiro Reginaldo Pontes Tavares. Ele foi abordado quando guiava um caminhão e estava com vários cheques clonados. O prejuízo financeiro causado pela quadrilha é estimado em mais de R$ 1 milhão. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Campina Grande.

A ação foi realizada simultaneamente nas quatro cidades. Para isso, três núcleos foram montados em Campina Grande, Minas Gerais e São Paulo, contando com o apoio do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado da Polícia Civil de São Paulo (Deic-SP), onde foi descoberto e fechado o escritório central da quadrilha, local em que eram feitas as falsificações dos cheques. Para rastrear e fechar o escritório, uma equipe da Polícia Civil de Campina está instalada em São Paulo, dando apoio às investigações. Todos os acusados serão trazidos para a Central de Polícia de Campina Grande, onde as investigações estão concentradas. Além das prisões, também foram apreendidos cheques em branco e clonados, computadores e uma máquina utilizada para imprimir as falsificações.

Conforme explicou o delegado de Defraudações, Iasley Almeida, os caminhoneiros da quadrilha escaneavam os cheques que recebiam de empresas para fazer o transporte de mercadorias e enviavam o material para o escritório central da quadrilha, localizado em um condomínio residencial da cidade de São Paulo. Lá, um dos acusados e preso na operação, Ezequiel Moreira de Oliveira, apontado como um dos mentores do golpe, utilizava os dados dos cheques para criar outros cheques falsos. Eles eram impressos e enviados para as cidades onde os caminhoneiros estavam através de transportadoras de companhias aéreas.

Depois disso, os acusados iam até os aeroportos, resgatavam o material e passavam a aplicar golpes em postos de combustíveis e estabelecimentos comerciais que ficam às margens de rodovias estaduais e federais. A intenção da quadrilha, conforme explicou a polícia, não era obter combustível, já que em alguns casos eles chegavam a derramar o líquido na estrada pouco depois de abastecer. O objetivo era obter o troco do valor que estava no cheque clonado, seja em dinheiro ou em cheques emitidos pelos estabelecimentos, o chamado cheque-troco.

Para dar suporte às investigações foram feitas imagens dos caminhoneiros recebendo os cheques clonados nos balcões de atendimentos das transportadoras aéreas, além de escutas telefônicas em que membros da quadrilha conversam sobre o esquema. Em um dos diálogos, um dos presos comenta que o golpe só é possível pela facilidade da lei, que nesse tipo de crime prevê a liberação mediante pagamento de fiança. Roberto Carlos Ferreira dos Santos, conhecido como 'Gordo', passou cerca de 50 dias preso após ter sido flagrado com cheques clonados. Ele havia sido solto na última sexta-feira e nega o envolvimento no esquema.

Imagem

Jornal da Paraíba

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