VIDA URBANA
Primeiro dia de greve
Grande movimentação de clientes marca primeiro dia da greve dos bancarios; estimativa é que mais de três mil funcionários tenham aderido.
Publicado em 20/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:37
No primeiro dia da greve dos bancários na Paraíba, as agências bancárias do Estado registraram grande movimentação de clientes, ainda que somente nos terminais de autoatendimento. A estimativa é que mais de três mil funcionários e mais de 200 agências do setor tenham aderido à mobilização, segundo informou o presidente do Sindicato dos Bancários de João Pessoa, Marcus Henriques.
Durante todo o dia, representantes do sindicato estiveram nas agências da capital para orientar os clientes e explicar as causas do movimento grevista. Mesmo assim, os consumidores demonstraram preocupação sobre a possibilidade de faltar dinheiro nos caixas eletrônicos. “Hoje (ontem) vim fazer um saque e deu certo. Mas, como os bancários podem não reabastecer os caixas e pela quantidade de pessoas que procuram os bancos, talvez amanhã ou depois falte dinheiro se a greve continuar”, declarou o aposentado Paulo Paulino.
Outros clientes ainda procuraram a agência para saber sobre a compensação de cheques e outras operações que só podem ser realizadas nos caixas convencionais. Mas, saíram dos bancos sem atendimento. Foi o que aconteceu com Thiago Nascimento, que constantemente deposita cheques e constatou ontem que os dois que foram depositados na última segunda-feira ainda não foram compensados. “Verifiquei o extrato e só consta o depósito dos cheques. Vou esperar mais uns dias para ver se o dinheiro estará na conta”, disse.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários da capital, a adesão dos trabalhadores na Paraíba está sendo satisfatória e informou que por enquanto ainda não houve respostas por parte dos banqueiros. “Nós não aceitamos a proposta de reajuste de 6,1% e estamos revoltados com as condições de trabalho e segurança nos bancos. A gente não está reivindicando somente as questões salariais, mas também condições de segurança interna, que não existe nas agências”, declarou Marcus Henrique.
Sem acordo com os banqueiros, a greve segue por tempo indeterminado e ainda, segundo Marcus Henriques, estão sendo organizadas novas mobilizações e protestos para a próxima semana. “No início da semana que vem vamos nos reunir com os estudantes, Correios e fazer novas mobilizações. Queremos chamar a atenção da população para nossas causas e também para a falta de segurança, que atinge a todos”, disse.
EM CG, MUITOS CLIENTES NAS AGÊNCIAS
O primeiro dia da greve geral dos bancários não impediu que vários clientes de Campina Grande se dirigissem ontem até as agências da cidade. Apesar da movimentação tranquila nos locais e dos adesivos afixados nas portas informando da paralisação, que não tem data para terminar, os clientes buscaram utilizar os serviços de saques e transferências que devem permanecer disponíveis durante a greve. Durante todo o dia os funcionários ficaram em frente aos bancos para orientar a população sobre a greve, bem como indicar quais serviços podem ser feitos nas casas lotéricas e correspondentes bancários.
Para a funcionária pública Edileusa Gomes, 44 anos, a população deve sentir mais os efeitos da greve nos próximos dias, uma vez que os caixas eletrônicos ainda estão abastecidos com dinheiro e que os depósitos que foram feitos no começo da semana tiveram tempo para ser compensados. Contudo, segundo ela, os prejuízos maiores serão os serviços que só o expediente interno do banco tem competência para resolver. “Nós não sabemos quanto tempo essa greve vai durar. Eu tenho um cartão com vencimento para o mês de novembro. Se até lá a greve não acabar como eu vou movimentar minha conta?”, questionou.
Rostand Lucena, presidente do Sindicato dos Bancários de Campina Grande, que também atende 22 cidades da região da Borborema, explicou que essa greve é justa e que espera que as negociações sejam favoráveis aos trabalhadores, uma vez que a proposta de reajuste foi calculada a partir dos valores relativos à inflação e o ganho real da categoria. Ele apontou que o pedido de 11,93% contempla as perdas salariais e que existem outras reivindicações que também estão na pauta dos funcionários.
“Estamos cobrando também Plano de Cargos e Salários para todos os bancários, mais contratações, proteção contra demissões e fim da rotatividade dos trabalhadores, além de mais segurança nas agências e postos bancários que se transformaram em alvos fáceis para bandidos. Tudo isso também irá melhorar consideravelmente o serviço prestado à população, que irá ganhar em mais segurança quem estiver no ambiente bancário”, disse Rostand. (Givaldo Cavalcanti)
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