VIDA URBANA
Primeiro óbito por gripe H1N1 na Paraíba sob investigação
Material genético da vítima foi coletado e um laudo deve ser emitido em até 10 dias para confirmar a suspeita de morte pelo vírus.
Publicado em 02/04/2016 às 9:11
O caso de uma mulher que faleceu na última quinta-feira (31), no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, é investigado como possível morte causada por gripe H1N1, na Paraíba. Outros duas pessoas com sintomas da doença, provocada pelo vírus Influenza A estão internadas em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade hospitalar.
Marlinda de França Graciano, tinha 55 anos, era moradora do município de Puxinanã e estava internada na unidade hospitalar desde o último dia 12. Segundo o diretor do hospital, Geraldo Antônio de Medeiros, ela faleceu por volta das 3h da madrugada e foi coletado material genético que será encaminhado ao Instituto Evandro Chagas, no Paraná, o que deve confirmar ou descartar a presença do vírus em até 10 dias.
Medeiros explicou que a vítima chegou ao hospital apresentando um quadro gripal que rapidamente evoluiu para tosse e desconforto respiratório. "Ela piorou, foi encaminhada para UTI, entubada, utilizamos ventilação mecânica e não evoluiu mesmo com a administração dos medicamentos recomendados pelo Ministério da Saúde", explicou, ressaltando que os pacientes geralmente chegam ao hospital com sintomas graves e são imediatamente isolados.
O surto da gripe H1N1 tem feito muitos paraibanos recorrerem às clínicas particulares em busca da vacina contra o vírus da Influenza A, já que a campanha nacional de imunização contra a Influenza no Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, na rede pública, vai começa apenas no dia 30 de abril (Dia D) e vai até o dia 20 de maio.
Na Paraíba, desde o início do ano, 11 casos suspeitos de Influenza foram notificados à Secretaria Estadual de Saúde (SES), conforme a Gerência de Vigilância Epidemiológica. Dentre as suspeitas, sete casos foram confirmados, sendo cinco em João Pessoa, e outros dois relativos a duas mulheres, uma de Campina Grande e outra de Soledade, no Agreste. Outros quatro casos estavam em investigação.
No país, até o dia 19 de março há registros de 305 casos suspeitos e 46 mortes por H1N1. Com relação ao número de óbitos, São Paulo registrou 38, seguido por Bahia e Minas Gerais, cada um com dois óbitos; e de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Ceará, com um óbito cada.
A mulher que faleceu no hospital de Trauma de Campina Grande estava inserida no grupo de risco. Segundo a pediatra Lucia Bricks, diretora médica de Influenza na América Latina da Sanofi Pasteur, mais da metade dos casos graves e mortes registradas este ano foram na faixa etária de 40 a 60 anos.
Mesmo diante dos casos, a gerente da 3ª Regional de Saúde, Tatiana Medeiros tranquilizou a população em relação ao avanço da doença no Estado. Segundo ela, não há um surto, o que aconteceu foi que o vírus começou a circular mais cedo, quando a expectativa era de que as manifestações ocorressem no período chuvoso e mais frio, entre junho e agosto.
Prevenção
Para prevenir a doença, o Ministério da Saúde recomenda:
- Frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento;
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe.
Orientações
Indivíduos que apresentem sintomas de gripe devem evitar sair de casa em período de transmissão da doença; restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação; evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados; adotar hábitos como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
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