VIDA URBANA
Problemas respiratórios crescem 70% em crianças nesta época
Diretora do Hospital Arlinda Marques explicou que é esperado o aumento no número de casos entre os meses de maio e agosto.
Publicado em 26/06/2010 às 10:23
Do Jornal da Paraíba
Todo ano é a mesma coisa. Fogueiras, fogos de artifício e demais símbolos da festa de São João representam não apenas a tradição, como também o aumento de casos de doenças respiratórias, principalmente em crianças. Só no Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa, o número de atendimentos relacionados à falta de ar (cansaço), rinite alérgica e demais problemas do sistema respiratório, segundo a diretora Darcy Lucena, aumentou cerca de 70%.
“Nos últimos três dias, ou seja, da véspera de São João até hoje (sexta-feira,25 de junho), muitas mães trouxeram os filhos com problemas desse tipo, representando aumento de 50% em relação aos dias normais”, declarou. Até às 8h30 de sexta-feira(25) , médicos e enfermeiros do Hospital Arlinda Marques já haviam realizado 37 atendimentos em crianças, das quais 70% apresentavam algum dos sintomas de problema respiratório. “A fumaça das fogueiras e dos fogos prejudica demais as crianças, que geralmente são mais sensíveis”, comentou.
A pequena Lisandra Maria, de um ano e quatro meses, foi levada sexta-feira (25) pela manhã pela mãe, a dona-de-casa Valeska Ferreira de Almeida. Segundo ela, o problema começou na véspera de São João, devido às fogueiras feitas pelos vizinhos. “Ela começou a tossir e logo depois ficou com falta de ar, que cessou após a nebulização, mas logo voltou e até agora ela está doente”, disse.
Moradora do bairro do Róger, na Capital, Valeska contou que já perdeu as contas de quantas vezes já levou Lisandra com problemas respiratórios nos últimos dois meses.
A comerciante Fabiane da Silva Tomaz também levou a filha de três anos – Maria Eduarda – ao Arlinda Marques, na manhã de sexta-feira (25). “Ela tomou nebulização, xarope, mas não teve jeito, tive de trazê-la ao hospital”, disse. De acordo com a mãe, o problema de Maria Eduarda foi observado durante a comemoração da noite de São João. “Há três anos, nesta época, ela adoece, não pode sentir o cheiro de fumaça nem de longe”, contou.
A diretora do Arlinda Marques explicou que é esperado o aumento no número de casos entre os meses de maio e agosto. Dos 500 atendimentos diários feitos no período, 70% são referentes a asma, faringite, laringite, rinite alérgica e outras doenças relacionadas ao sistema respiratório. A fumaça dos fogos irrita as vias aéreas.
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