VIDA URBANA
Procura por vacina contra febre amarela em João Pessoa provoca filas
Secretaria de Saúde vai vacinar apenas pessoas com viagem marcada até 31 de janeiro.
Publicado em 17/01/2018 às 10:25 | Atualizado em 17/01/2018 às 12:02
A alta procura pela vacina contra a febre amarela em João Pessoa resultou em uma fila que dobrou a esquina do Centro Municipal de Imunizações na manhã desta quarta-feira (17), no bairro da Torre, em João Pessoa. Alguns dos usuários que esperavam atendimento chegaram ao local às quatro horas da manhã.
Por causa da alta demanda, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) limitou o atendimento a 90 doses por dia apenas para pessoas com viagem marcada até o dia 31 de janeiro. Conforme o Ministério da Saúde, a vacina deve ser tomada pelo menos 15 dias antes da viagem para que o efeito seja garantido.
Muitos usuários com viagem marcada para os dias 1º e 2 de fevereiro foram barrados e reclamaram que, por causa da grande procura, correm risco de não tomar a vacina a tempo. "Eu vou viajar para São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas no dia 10 de fevereiro, e estou com medo de não conseguir me vacinar nos 15 dias anteriores", desabafou uma usuária.
A reportagem tentou entrar em contato com Daniel Batista, chefe da Vigilância epidemiológica de João Pessoa, mas as ligações não foram atendidas. Em entrevista concedida na última sexta-feira (12), Batista informou que devem ser vacinadas as pessoas que pretendem viajar para o Norte, Centro-Oeste e os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Mortes por febre amarela aumentam cinco vezes em uma semana; Paraíba não é área de risco
Desde julho de 2017, segundo o Ministério da Saúde, já foram registradas 20 mortes por febre amarela no Brasil. O último boletim epidemiológico, atualizado no dia 8 deste mês, mencionava quatro vítimas da doença. Ou seja, os óbitos registrados aumentaram cinco vezes.
Quando considerados os casos confirmados, o crescimento entre o boletim anterior e o atual também é representativo. No comunicado do dia 8, havia 11 registros. No documento divulgado na terça-feira (16), o número saltou para 35, uma ampliação de 320%. Os incidentes ocorreram em matas, não havendo notificação até agora em áreas urbanas. Entre julho de 2016 e janeiro de 2017, houve 271 casos e 99 mortes, em um período marcado por um surto da doença.
O número de casos confirmados ainda pode aumentar, pois há 145 episódios em investigação por equipes de secretarias de Saúde. Entre julho de 2017 e janeiro deste ano foram notificados 470 casos suspeitos. Deste total, 290 já foram descartados. A situação é mais grave nos estados de São Paulo (20 casos e 11 mortes), Minas Gerais (11 casos e 7 mortes), Rio de Janeiro (3 casos e 1 morte) e DF (1 caso e 1 morte). A Paraíba não é considerada área de risco para a doença.
Febre amarela
Segundo o Ministério da Saúde, o vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A doença não é passada de pessoa a pessoa.
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.
Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.
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