VIDA URBANA
Professores da UEPB realizam 'aulão' em protesto por melhorias
Categoria se mobilizou em frente ao Palácio da Redenção na tentativa de forçar o governo a negociar reajuste salarial de 8%.
Publicado em 20/05/2015 às 13:31
Professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) realizaram um 'aulão' público sobre a precarização da instituição na manhã desta quarta-feira (20) em frente ao Palácio da Redenção, em João Pessoa. A ação integrou um calendário de mobilizações criado pelos docentes da instituição para cobrar melhorias e reuniu profissionais de oito campi da universidade em protesto por reajuste salarial de 8% e melhores condições de trabalho, na tentativa de forçar o governo do Estado a negociar. Eles também discutiram o projeto que regulamenta a terceirização de serviços.
Segundo a representante da Comissão de Mobilização dos Docentes da UEPB, Lourdes Sarmento, outras mobilizações estão previstas para os próximos dias.
“No próximo dia 27 haverá o mesmo movimento nas cidades de Catolé do Rocha e Patos. Já no dia 03 será em Araruna e Guarabira. Nosso grande objetivo é sensibilizar a sociedade e a comunidade acadêmica sobre os diversos problemas enfrentados pela UEPB e ao mesmo tempo pressionar o Estado a enviar o projeto de lei de reajuste salaria para a Assembleia Legislativa (ALPB), para que possa ser aprovado”, afirmou.
Lourdes Sarmento explicou que no ano passado o governo do Estado estabeleceu um índice de 5% de reajuste, quando o Conselho Universitário da UFPB (Consuni) havia aprovado o percentual de 6%, mas que foi vetado pelo governador Ricardo Coutinho. “Com muita articulação conseguimos ter esse 1% a mais, pois caso contrário configuraria a quebra da autonomia da UEPB. No entanto, o PL foi aprovado na ALPPB, mas vetado pelo governador. Para este ano, a inflação assegura um reajuste de 7%, somado ao 1% que temos aprovado, totaliza os 8% de reajuste que precisa ser apresentado na AL pelo governador para ser aprovado”, detalhou.
Contudo, a representante dos docentes frisou que as mobilizações realizadas no Estado não são restritas ao aumento salarial, mas que também preveem a “incorporação do vale alimentação no vencimento, revisão dos contratos dos substitutos, Restaurante Universitário (RU) e Residência Universitária para os campis da UEPB, pagamentos em dias das bolsa estudantis, realização de concurso público e negociação da lei de autonomia da UEPB”.
Desde março, o Sindicato dos Servidores (Sintespb) solicita audiência com representantes do governo do Estado, com o objetivo de negociar o cumprimento da data-base e a implantação do reajuste de 8%, já aprovado pelo Consuni, mas que só será implantado nos salários da categoria ser for aprovado numa lei estadual. E a intenção da categoria é ampliar as mobilizações para forçar o governo do Estado a negociar.
A Secretaria de Comunicação (Secom) foi procurada pela reportagem para se posicionar sobre as cobranças dos professores, mas informou que as pessoas com competência para responder a demanda, que seriam o governador Ricardo Coutinho e o titular da pasta, Luiz Torres, estavam em agendas externas e impossibilitados de dar entrevista. No entanto, na terça-feira (19), o secretário de Comunicação informou ao JORNAL DA PARAÍBA que o governo não vai se manifestar sobre a paralisação dos docentes da UEPB, visto que há outras demandas a serem discutidas e que a universidade já possui recursos suficientes para seus compromissos financeiros.
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