Professores da UEPB recusam proposta e mantêm paralisação

A greve continua na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), depois de mais de 2 meses de negociações frustradas. A decisão foi tomada ontem, após mais uma assembleia pela Associação dos Docentes da UEPB (ADUEPB), que reprovou a proposta da Reitoria, que ofereceu uma proposta para ser analisada pelo Conselho Universitário (Consuni), de 3% a partir deste mês e 2,83%, a partir de outubro deste ano, totalizando 5,83%.

Depois de julgada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, a expectativa era de que a greve fosse finalizada ontem, sob penalidade de pagamento de multa de R$ 10 mil diária, se as aulas não fossem reiniciadas hoje. Contudo, a categoria dos docentes não se mostrou satisfeita com a proposta oferecida pela Reitoria ontem pela manhã. Para o presidente da ADUEPB, José Cristóvão de Andrade, aceitar a proposta da Reitoria seria um risco para os professores, já que a única garantia que eles tinham era a “palavra” do reitor, Rangel Junior.

“A categoria só pode se sentir segura se a proposta for realmente aprovada pelo Consuni”, disse. Dentro da proposta também deveria ser posta para a aprovação do Consuni, a possibilidade de que, a partir de outubro, o aumento de 5,83% também fosse retroativo a maio. De acordo com informações do ofício encaminhado à Associação na noite do último domingo, o orçamento destinado aos gastos e investimentos 2013 da universidade é de R$ 231.360 milhões, sendo que R$ 201 milhões estão destinados ao pagamentos dos funcionários da instituição.

De acordo com o ofício, para que os salários fossem reajustados em 5,83%, seria necessário o acréscimo de mais R$ 6 milhões, que deverão ser disponibilizados depois de algumas adequações da UEPB. No documento, o reitor apelou à categoria para que reiniciem o trabalho imediatamente. Em contrapartida, os professores informaram que depois de estudos técnicos, ficou claro que existe a possibilidade de reajuste, inicialmente reivindicada em 17%.