VIDA URBANA
Professores federais fazem protesto em JP
Manifestação no Ponto de Cem Réis durou mais de duas horas; professores protestavam contra decisão do governo em não negociar.
Publicado em 05/07/2012 às 6:00
Em greve há 50 dias, os professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizaram ontem um protesto no Ponto de Cem Réis, em João Pessoa. O movimento teve o apoio de servidores técnico-administrativos da instituição e de docentes e funcionários do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), que também paralisaram as atividades. As três categorias reivindicam estruturação do Plano de Cargos, Carreira e Salários e reajuste salarial de 22%.
Por mais de duas horas, os manifestantes ocuparam a via pública e usaram carro de som para protestar contra a decisão do governo federal em não avançar com as negociações. “Desde o ano de 2010, estamos lutando pela estruturação do nosso plano de cargos, carreira e salários, mas sem sucesso. Já estamos acumulando uma defasagem salarial de 22%. E, mesmo decretando greve, o governo não apresenta nenhuma contraproposta e cancela até as reuniões que estavam marcadas para discutir o assunto”, disse o presidente da Associação de Docentes da Universidade Federal da Paraíba (Aduf/PB), Ricardo Lucena.
De acordo com o sindicalista, 2.300 docentes da UFPB aderiram à greve, que foi deflagrada em 17 de maio. De imediato, o movimento dos professores interrompeu as aulas dos cursos de graduação, pós graduação e a continuidade dos projetos de extensão e pesquisas.
No dia 11 de junho, os servidores técnico-administrativos da universidade também resolveram aderir à paralisação. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba (Sintespb), Rômulo Xavier, o salário de base de um funcionário técnico-administrativo da UFPB é inferior a três salários mínimos. Dependendo da escolaridade e do tempo de carreira, a remuneração da categoria é dividida em cinco classes, cujos salários variam de R$ 1.300,00 até R$ 2.900,00.
Com a greve, os trabalhadores querem aumento salarial de 22% e estruturação do Plano de Cargos, Carreira e Salários, como forma de repor as perdas salariais causadas pela inflação dos últimos sete anos.
“Nosso Plano de Cargos, Carreira e Salário foi criado em 2005. De lá para cá, não tivemos mais nenhuma estruturação. Só entre os anos de 2010 e 2011, tivemos perdas salariais acima de 22%.
Estamos reivindicando aumento salarial, que só será incorporado no orçamento de 2013. Se não fizermos essa greve agora, seria mais um ano de perdas salariais”, afirmou.
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