VIDA URBANA
Professores protestam contra congelamento de salários
"Queremos que a categoria seja chamada para o diálogo", disse presidente da Aduepb.
Publicado em 15/07/2016 às 11:37
Os professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) realizaram ato público na Praça João Pessoa, no Centro da capital paraibana, nesta sexta-feira (15). O ato é contra a lei estadual 10.660/2016, que já vigora há 120 dias, e determinou o congelamento por tempo indeterminado dos salários e progressões de todos os servidores estaduais. A categoria parou as atividades em todos os campi da instituição.
"Hoje faz 120 dias que foi votado a lei que congela o salário dos servidores púbicos estaduais e as progressões funcionais, cabendo a volta dos aumentos só quando ocorrer um aumento na arrecadação do Estado. Estamos aqui para protestar contra isso, para mostrar ao Governo nossa insatisfação. A inflação vem corroendo os salários mês a mês e o poder de compra dos trabalhadores vem diminuindo", disse o presidente da Associação dos Docentes da UEPB, Leonardo Soares.
Ainda conforme Soares, a reposição da inflação há três anos não é inserida na remuneração dos professores. "Fazem três anos que não temos reposição salarial, que é a reposição da inflação. São três anos de perda, que vão corroendo os salários dos trabalhadores todos os dias. E cabe a gente lutar contra a usurpação desse direito", afirmou.
Em assembleia geral com os servidores da UEPB ficou definido que no dia 15 dos meses posteriores "haverá sempre uma mobilização, quer seja atos em praças, nas redes sociais, ou dentro da universidade". Visando que "a Lei não passe em branco", pois a prescrição vai ser revista após seis meses de vigência. No momento de revisão da lei a categoria espera que haja um diálogo com o Governo.
"Queremos que a categoria seja chamada para o diálogo. Está havendo diálogo zero", disse Soares. Inclusive, a instituição está passando por corte de verbas. "Está faltando papel, está faltando caneta para escrever no quadro, até professores têm que levar papel para impressão de provas".
De acordo com a assessoria da UEPB, os professores iniciaram as mobilizações no mês de maio e as paralisações foram aprovadas na assembleia geral da categoria, realizada no dia 24 de abril. Dentro das reivindicações dos professores está a implantação do reajuste de 15,97% nos salários, que foi aprovado pelo Conselho Universitário (Consuni).
Atualmente, a UEPB dispõe de cerca 1.356 professores, sendo 933 efetivos e 423 substitutos, nos campi de Campina Grande, João Pessoa, Patos, Monteiro, Lagoa Seca, Catolé do Rocha e Araruna. Com a paralisação, cerca de 18 mil alunos vão ficar sem aulas nessa sexta.
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA procurou a Secretaria de Comunicação Institucional do Estado para comentar o assunto, mas as ligações não foram atendidas.
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