VIDA URBANA
Prognóstico aponta agravamento da Seca no Sertão e Agreste
Previsões foram divulgadas na 1ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor leste do Nordeste do Brasil.
Publicado em 25/03/2016 às 10:25
Mesmo com a dissipação do fenômeno El Niño, as chuvas continuarão abaixo da média histórica no trimestre de abril a junho na Paraíba. Para as regiões do Sertão e Agreste, a situação é ainda pior, pois o prognóstico aponta o agravamento da seca. As informações foram divulgadas na 1ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Leste do Nordeste do Brasil, que aconteceu no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Pernambuco, e reuniu representantes de órgãos meteorológicos de vários estados, dentre eles, a Paraíba.
“Em consenso, todos os modelos em análise indicavam a previsão de maior probabilidade de chuva abaixo da normal climatológica em grande parte da região Nordeste, inclusive para o estado da Paraíba. Ressalta-se que a chuva no semiárido é caracterizada por uma alta irregularidade na distribuição espacial e temporal, com ocorrência de veranicos (de cinco ou mais dias sem chuva). Enquanto no Litoral poderão ocorrer pancadas de chuva intensa num curto espaço de tempo”, esclareceu o chefe da Seção de Previsão do Tempo do 3º distrito do Inmet, Ednaldo Correia.
No semiárido, o período mais favorável acontece entre meados de fevereiro e maio, sendo os meses de março e abril os mais propícios à ocorrência de chuvas, diferentemente do que acontece no setor Leste, que vai do Litoral ao Agreste, onde a época mais úmida acontece entre os meses de abril e julho. “Neste período a Zona de Convergência Intertropical apresenta-se como o principal sistema causador de chuvas nas regiões do Sertão e Cariri/Curimataú”, esclareceu a meteorologista da Agência Executiva de Gestão das Águas, Carmem Becker.
Em janeiro, conforme os dados da Aesa, as chuvas ficaram 91,2% acima da média esperada em todo o Estado. No mesmo período do ano passado, as chuvas foram 76,3% abaixo da média. As cidades sertanejas apresentaram as precipitações mais intensas. Já durante o mês de fevereiro e a primeira quinzena de março, as chuvas ocorreram de forma mais irregular e em menor intensidade que o observado pelos meteorologistas no mês de janeiro.
Outra informação divulgada na 1ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Leste do Nordeste do Brasil, foi que, com a previsão de chuvas abaixo do esperado, as temperaturas deverão ficar mais altas, principalmente no período da tarde nas regiões do Sertão e no Agreste paraibano.
AÇUDES
Apesar do prognóstico negativo, nos últimos dias, as intensas chuvas que ocorreram no Sertão do Estado, melhoraram a situação dos principais açudes da região. A maior recarga foi registrada no manancial São Gonçalo, que chegou a registrar 1,1% do volume total no dia 8 deste mês e até ontem já havia passado para 27%. Já o açude Lagoa do Arroz, que estava com 5,4% da capacidade, subiu para 12,5%. No entanto, entre os sete principais açudes paraibanos, seis ainda estão com o nível abaixo de 30%. Apenas o Gramame, no Conde, apresenta boas condições, com um volume de 76,8% da capacidade total.
Dos 124 açudes monitorados pela Aesa, 34 estão com capacidade armazenada superior a 20% do seu volume total; 33 reservatórios estão em observação, com volume abaixo de 20% e 57 açudes estão em situação crítica, com capacidade menor que 5%. Nenhum reservatório está sangrando na Paraíba.
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