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VIDA URBANA

Projetos para combater a violência

Na Paraíba, cerca de 725 escolas estão ligadas a programas de enfrentamento da violência.

Publicado em 14/04/2013 às 18:03

A gerente de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Paraíba, Aparecida Uchôa, disse que a Secretaria de Estado de Educação tem um projeto de enfrentamento à violência nas escolas, como o 'Mais Educação', além da parceria com o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), da Polícia Militar.

No processo de enfrentamento à violência na escola, segundo a gerente, o objetivo é trabalhar com as emoções, fazer com que crianças e adolescentes falem sobre seus sentimentos. “A escola nunca esteve preparada para isso, um professor nunca foi preparado para encontrar um aluno com uma arma dentro da sala de aula”, frisou Aparecida.

Na Paraíba, 602 escolas estão incluídas dentro do programa 'Mais Educação'. O desenvolvimento do trabalho 'Liga pela Paz' tem outras 123. A adesão aos programas é espontânea, portanto, a direção da escola tem que demonstrar o interesse em participar.

“É preciso que o professor convoque a comunidade. O papel da secretaria é orientar o trabalho de enfrentamento à violência”, afirmou Aparecida, lembrando que o problema “vem de casa, da família mal estruturada”. A orientação é que a escola aproveite o programa de forma interdisciplinar.

De acordo com a gerente, a secretaria entende a fragilidade do professor, mas é a escola quem tem que assumir o comando do enfrentamento à violência. “A gente sabe que o professor precisa de colo, mas ele precisa agir, precisa ouvir as crianças e adolescentes e saber o que está acontecendo”, declarou Aparecida. Ela defendeu que essa luta é de todos que fazem a escola: desde o vigilante, que precisa receber bem o aluno, à merendeira, que precisa entregar o lanche na mão dele e não jogá-lo no balcão.

Policiamento no entorno das escolas

Em relação à proposta do sindicato dos professores de colocar detectores de metal na entrada das escolas para evitar a entrada de armas, a gerente de Educação, Aparecida Uchôa, disse que isso fere diretamente o artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.

A sugestão da secretaria é que o professor preste atenção ao comportamento do aluno e, caso seja notado alguma alteração, o fato seja comunicado imediatamente à direção.

“Às vezes a gente consegue desarmar o aluno com uma conversa”, afirmou. Aparecida disse também que, nos casos em que o professor se sente ameaçado, a secretaria o chama para conversar e apresenta algumas alternativas, como a mudança de escola ou até mesmo licença de alguns dias.

O secretário de Educação de João Pessoa, Luiz de Sousa Júnior, disse que diversos projetos de prevenção e conscientização estão sendo executados nas escolas municipais, mas que a presença da Polícia Militar precisa ser mais forte nos arredores.

“A gente até consegue minimizar o problema dentro da escola, mas, no entorno, a situação continua preocupante, e isso é tarefa para a Segurança Pública do Estado”, afirmou.

Dentre os projetos desenvolvidos estão o Elo, que visa coibir a prática do Bullying . “Também estamos trabalhando em parceria com as secretarias de Desenvolvimento Social, Saúde e Juventude e Esportes, nas escolas onde é observada maior vulnerabilidade social”, revelou Luiz de Sousa Júnior. “É importante lembrar que o problema acontece dentro da escola, mas nem sempre é gerado lá”, comentou.

A reportagem tentou contato com a Patrulha Escolar, inclusive através do número da Linha Direta, mas as ligações não foram atendidas.

Outros casos

Na Escola Enéas Carvalho, em Santa Rita, mães foram à instituição para pedir transferência dos filhos. Dias antes, dois adolescentes invadiram o local e feriram três alunos. (abril/2012)

O secretário da Escola Municipal Francisca Leite Vitorino, em Boa Vista, mata o pai de um aluno com um tiro no abdômen. O secretário teria agredido o aluno no dia anterior. O crime não ocorreu dentro da escola, mas foi lá que toda a confusão teria iniciado. (novembro/2012)

Dois adolescentes foram flagrados portando uma arma calibre 38, dentro de uma escola municipal no Valentina. (março/2013)

Uma briga envolvendo cinco alunos no Colégio Estadual Professor José Soares de Carvalho, em Guarabira, terminou com dois estudantes feridos a golpes de faca. (abril/2013)

Uma adolescente foi abordada por um grupo de rapazes quando saiu da escola que estuda em Santa Rita. Ela foi dopada e estuprada, segundo a polícia. (abril/2013)

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Jornal da Paraíba

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