Promotor denuncia candidato a vereador

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou na manhã de ontem o candidato a vereador Enock Pereira de Melo, 50 anos, por exercício ilegal de odontologia e compra de votos. Segundo o promotor Sócrates da Costa Agra, da Comarca de Soledade, 'falso dentista' atuava em São Vicente do Seridó, onde era conhecido como o candidato 'Nino Dentista', concorrendo a uma vaga na Câmara Municipal e na cidade de Montadas, no Agreste paraibano.

Ele responde em liberdade após pagar fiança e sua candidatura se encontra deferida no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Segundo o delegado de Defraudações de Campina Grande, Iasley Almeida, o suspeito foi preso em sua casa, em São Vicente do Seridó, onde também funcionava seu consultório irregular, durante a operação 'Tiradentes', deflagrada pela Polícia Civil no dia 20 do mês passado. Ele disse que a investigação começou quando ele agia em Montadas. Diversos equipamentos, como cadeira odontológica, cama, luvas, máscaras e material de próteses foram apreendidos. Enock Pereira ainda foi denunciado pelo Ministério Público por expor a vida de outrem a perigo direto e iminente e adulteração de veículo – uma moto irregular apreendida que estava em sua posse no dia da operação.

O candidato estaria oferecendo os serviços odontológicos em troca de votos. “Ele foi denunciado por três crimes tipificados no Código Penal, expor a vida de outrem a perigo, exercício ilegal da arte dentária e adulteração de sinal identificados de veículo automotor; e ainda por prometer vantagem para obter voto”, explicou o promotor Sócrates Agra. Enock Pereira é candidato a vereador em São Vicente do Seridó pela segunda vez.

DEFESA
O advogado de 'Nino Dentista', José Beckenbaner, informou que ainda não foi notificado sobre a denúncia do Ministério Público, mas quando receber o comunicado vai elaborar e apresentar a defesa legal e comprovar a inocência do acusado. “Eu analisei o processo com as acusações e estou convicto que ele não cometeu crime eleitoral e nem crime comum. Eu não vi indícios de crime nos autos do processo”, informou o advogado.