VIDA URBANA
Promotoria de Saúde constata diversas irregularidades no Hospital São Luiz
Vistoria no Hospital São Luiz faz parte da série de inspeções realizada pela Promotoria de Saúde.
Publicado em 16/12/2010 às 16:27
Da Redação
Com Assessoria MPPB
Medicamentos vencidos, fiação exposta, infiltrações. Esses foram alguns dos problemas constatados pela Promotoria da Saúde de João Pessoa e órgãos de fiscalização no Hospital São Luiz, em inspeção realizada nesta quinta-feira (16). Durante a fiscalização, a Vigilância Sanitária Municipal apreendeu medicamentos e materiais hospitalares, como sondas e tubos orotraqueais com prazo de validade expirado há meses.
Segundo o promotor de Justiça João Geraldo Barbosa, o hospital dispõe de 69 leitos, dos quais 55 são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Constatamos a ausência de funcionamento da Comissão de Controle da Infecção Hospitalar (CCIH) e desobediência por completo às recentes recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no que diz respeito a manter dispensadores de álcool gel nos diversos ambientes”, disse.
Também foi encontrado, no posto de enfermagem, lixo hospitalar misturado com lixo comum. O Conselho Regional de Medicina (CRM) detectou também problema com o transporte de pacientes internados para outros hospitais. “Esse problema ocorre com frequência em razão de o hospital não dispor de tomógrafos, serviço de ultrassonografia, de unidade de terapia intensiva (UTI) e assistência odontológica para pacientes que precisam ou para aqueles que apresentam quadro não compatível com o hospital e precisa ser transferido”, explicou o promotor.
Instalações
O Corpo de Bombeiro também constatou ausência de extintores suficientes e os que foram encontrados estavam com validade vencida e sem identificação. Também foi detectada ausência de sinalização para saída de emergência e iluminação precária. “Encontramos ainda fiação exposta próxima a material inflamável, o que ocasiona risco de incêndio. Na central de gás havia material de limpeza, o que é inadequado”, disse João Geraldo.
O promotor informou ainda que o hospital não dispõe de fisioterapeuta e que o serviço é terceirizado, sendo realizado por estagiários da Faculdade de Ciências Médicas. Também apresenta déficit de profissionais de enfermagem. “Segundo o Conselho Regional de Enfermagem, pela escala do hospital, no horário de almoço, haveria apenas um profissional para 60 pacientes”, disse.
Farmácia
Outras irregularidades foram constadas pelo Conselho Regional de Farmácia (CRF). Foram encontradas fissuras, rachaduras e infiltrações na farmácia central, além de ausência de climatização adequada e medicamentos acondicionados próximos ao chão. Também foi comprovada a ausência de profissional farmacêutico e de registro da farmácia no CRF. Já na farmácia satélite, havia medicamentos vencidos desde abril, outros sem identificação ou acondicionados de forma indevida.
O Hospital São Luiz foi a 18ª unidade da Capital inspecionada em 2010 pela Promotoria da Saúde com a participação de outros órgãos de fiscalização, como os Conselhos Regionais de Medicina, Farmácia, Enfermagem, Odontologia, Serviço Social, Fisioterapia, Psicologia e Nutrição, além da Vigilância Sanitária e do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e Corpo de Bombeiros.
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