VIDA URBANA
Protesto de professores na PB
Concentração foi em frente ao prédio da Receita Federal, na Epitácio Pessoa, e pedia maior repasse de recursos para a educação.
Publicado em 19/07/2012 às 6:00
Um protesto que reuniu professores, estudantes e servidores públicos federais congestionou o trânsito na avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa, na manhã de ontem. A manifestação começou em frente ao prédio do Ministério da Fazenda. Os participantes defendem o repasse de mais recursos para educação.
A atividade foi realizada no mesmo horário em que caravanas de servidores participaram da “Marcha a Brasília”, no Distrito Federal, e protestavam em frente ao Palácio do Planalto.
Segundo o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (Aduf-PB), Ricardo Lucena, 40 representantes da Paraíba participaram da atividade nacional. “A intenção, ao idealizarmos este movimento em frente ao Ministério da Fazenda, é difundir aqui no Estado o protesto que acontece em Brasília e mostrar que as categorias de servidores federais não suportam mais a postura intransigente do governo”, afirma.
A atividade na Epitácio Pessoa foi organizada pela ADUFPB, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba (Sintespb ) e pelo Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica e Tecnológica da Paraíba (Sintefpb).
Os professores das Universidades Federais da Paraíba (UFPB) e de Campina Grande (UFCG) estão em greve desde o dia 17 de maio. Com a paralisação, mais de 62 mil estudantes de 12 campi estão sem aulas há mais de dois meses. De acordo com a assessoria da Aduf-PB, os professores da instituição realizam hoje, a partir das 9h, no prédio da Reitoria, em João Pessoa, mais uma assembleia geral da categoria. Já a assembleia dos professores da UFCG está programada para acontecer amanhã e, de acordo com a assessoria da associação dos docentes, a categoria também não tem um parecer favorável à proposta.
Além dos estudantes de universidades, cerca de 18 mil alunos do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba que estudam em João Pessoa, Cabedelo, Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira, Monteiro, Patos, Princesa Isabel, Picuí e Sousa, também estão sem aula.
SITUAÇÃO EM CAMPINA
Em Campina Grande, os alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), realizaram na manhã de ontem uma mobilização no centro da cidade demonstrando apoio ao movimento de greve dos professores e funcionários que chega hoje ao seu 44° dia. Sem acordo com o Ministério da Educação, os servidores federais continuam com as atividades paralisadas e, ao lado dos estudantes, se concentraram na Praça da Bandeira e depois saíram em caminhada pelas principais ruas centrais com faixas e cartazes cobrando agilidade nas negociações.
Segundo a presidente municipal do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica e Tecnológica da Paraíba (Sintef-PB), Elis Regina, o governo propôs a redução dos níveis da carreira e um reajuste salarial de 45% dividido em três anos, que só beneficiará professores com título de doutor, com dedicação exclusiva e em fim de carreira.
“O descaso do Governo Federal é muito grande. Falta proposta que valorize os profissionais, e não essas que envergonham a classe. Estamos lutando por uma educação pública de qualidade”, disse Elis, acrescentando que as propostas do Governo Federal mostram um descomprometimento com a categoria que não quer continuar com o salário congelado.
Segundo o diretor geral do IFPB, Cícero Nicácio, quanto mais se estender esse período de greve, mais difícil será recompor o calendário das aula. “Nós ficamos tristes de ver esse patrimônio parado e sem favorecer a sociedade, e tentando intermediar a negociação entre o governo federal e o comando da greve", afirmou Nicácio.
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