Queda do dólar motiva paraibanos a viajarem mais para o exterior

Nathielle Ferreira
Do Jornal da Paraíba

O movimento nas casas de câmbio de João Pessoa aumentou em 40% nos meses de junho e julho, em relação ao mesmo período do ano passado. O motivo é que os paraibanos estão aproveitando a queda do dólar para fazer viagens internacionais. Apesar do entusiamo no turismo, a queda da moeda americana é vista com preocupação pela Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep). O segmento afirma que a variação poderá aumentar o déficit na balança comercial do Estado.

Segundo o Banco Central, a cotação da moeda americana fechou ontem por R$ 1,5337 para compra e R$ 1,5345 para venda. A queda foi de 0,35%. A taxa Ptax, usada como referência para contratos futuros e outros derivativos, fechou a R$ 1,5345 para venda, um recuo de 0,67%. Já para compra, o valor foi de R$ 1,5337.

De acordo com Bruno Menezes, gerente comercial de uma casa de câmbio em João Pessoa, a cotação da moeda vai ajudar muitos paraibanos a sair do Brasil. Na casa de câmbio de Bruno, o dólar para turismo está sendo comercializado em R$ 1,67. “As pessoas estão cobrando dólar para usar nas viagens que pretendem fazer nos próximos. Além disso, elas estão aproveitando para pagar as passagens aéreas internacionais, porque são cobradas em dólar”, afirma.

O especialista financeiro observa que não há como precisar se o dólar vai cair ainda mais nos próximos dias. No entanto, independentemente, do valor que a moeda vier a alcançar, ele garante que o momento de fazer a compra para viagem é agora. “Quem deseja viajar para o exterior, o momento é agora para comprar o dólar, porque mesmo que a moeda caia mais um pouco a redução será pequena. Numa viagem de dois mil dólares, por exemplo, uma queda do dólar poder representar uma economia de R$ 30, o que é algo pequeno”, comenta.

Enquanto as casas de câmbio comemoram, a indústria se preocupa com a queda do dólar. O presidente do Fiep, Francisco Buega Gadelha, explica que a moeda americana em baixa causa prejuízos para as empresas que exportam produtos. “O custo da produção é paga em real, que está valorizado, mas a venda é feita em dólar, que está em queda. Assim, a indústria fica em prejuízo e aumenta o déficit da nossa balança comercial”, detalha.

A situação também abre espaço para os produtos chineses tomarem clientes do Brasil. Buega explica que a moeda chinesa está desvalorizada em relação ao dólar, enquanto que o real está valorizado. Isso significa dizer que os produtos brasileiros que são vendidos em real para outros países, ficam mais caros. Para fugir desses preços altos, os clientes optam por comprar de países com valores menores, a exemplo da China.