VIDA URBANA
Quedas fazem 2,2 mil vítimas
Maior incidência de quedas é em crianças de 1 a 4 anos, segundo dados do Hospital de Trauma; idosos também são vítimas.
Publicado em 05/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 17:36
Há uma semana, o aposentado Antônio Afonso de Almeida presenciou a queda de uma idosa na rua onde mora, no bairro dos Bancários, em João Pessoa. Ele conta que a mulher sofreu fratura em um dos tornozelos e foi levada para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa.
O acidente com a idosa soma-se aos 2.206 casos de queda, registrados neste primeiro trimestre, atendidos na unidade de saúde. O número já é maior do que as ocorrências do mesmo período do ano passado, que totalizou 2.123 casos.
Os casos mais graves podem deixar sequelas ou gerar óbitos.
Conforme dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), 21 pessoas morreram na Paraíba este ano em decorrência de quedas. Em 2013, foram 225 mortes.
No Hospital de Trauma da capital, segundo os dados disponibilizados, a maior incidência de quedas é em crianças de 1 a 4 anos, principalmente as do sexo masculino. Em segundo lugar estão as crianças de 5 a 9 anos, também com predominância do sexo masculino.
Dos 2.207 casos de quedas registrados pelo hospital este ano, 774 foram de crianças com idade entre 1 e 9 anos, 491 meninos e 283 meninas. Já no mesmo período de 2013 foram 842 quedas de crianças dessa faixa etária, sendo 487 meninos e 355 meninas.
Com 1 ano e 4 meses, João Gabriel tem algumas marcas pelo corpo por conta de quedas que sofreu em casa, mesmo sob o olhar atento da mãe. Apesar de não ter sido grave, o último tombo deixou um dos dedos do pé da criança com um pequeno ferimento. “Desde que ele aprendeu a andar que só quer saber de correr. Às vezes, cai sentado, esbarra em outras crianças.
Mas a gente está sempre de olho para que não aconteça nada grave”, contou Vanda Padilha, mãe do garoto.
Apesar das crianças sofrerem mais com quedas, este tipo de acidente geralmente não traz consequências mais sérias.
Segundo o ortopedista Felipe Sena, as crianças possuem a cicatrização bem mais rápida, e também têm potencial de remodelação. “Se tratamos uma criança que fica com uma deformidade no braço, ela ainda tem chance de voltar ao normal pois ainda está em fase de crescimento”, afirmou o médico.
Em Campina Grande, o número de vítimas de queda, atendidas só no Hospital de Trauma, incluindo da própria altura, de motos e bicicletas, atinge uma média mensal de pelo menos 2 mil casos. Só no mês de março, foram registrados 2.180 atendimentos. De acordo com o ortopedista Marcelo Augusto, a grande maioria das vítimas que dão entrada no hospital é formada por crianças e idosos.
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