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VIDA URBANA

Raça bovina está ameaçada

Com oito mil cabeças no Nordeste e cerca de duzentos animais na Paraíba, espécie 'curraleiro pé-duro' stá ameaçada de extinção.

Publicado em 10/07/2012 às 6:00


A estimativa é que a população total no Nordeste do gado da espécie curraleiro pé-duro não ultrapasse as oito mil cabeças. Na Paraíba esse número chega a assustar: 200 animais. Por isso, está em curso um projeto do Núcleo de Preservação da Raça do Gado Pé-Duro, que tem como objetivo aumentar o efetivo animal ampliando a participação de criadores pecuaristas, para evitar que este bicho que chegou à região na época da colonização do Brasil deixe de existir.

De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Geovergue Medeiros, que ao lado de outros profissionais de outras instituições de pesquisa têm buscado alternativas para mudar esse cenário preocupante seja superado e que o perigo da extinção seja superado. O especialista apontou alguns dos motivos que levaram a espécie, que é uma raça típica do Nordeste, chegar a essa situação de alerta.

“Aconteceu muitos cruzamentos genéticos indevidos, a importação de animais de outras regiões para o Nordeste, o que levou esses animais a ficarem em segundo plano. Essa espécie é típica nordestina porque após passar por uma seleção natural, ela se adaptou às condições climáticas do Semiárido e se transformou em um dos símbolos da cultura pecuária nordestina.

Como não foi feito nenhum trabalho de melhoramento genético, eles enfrentaram esses problemas e agora estamos buscando alternativas para mudar isso”, explicou o pesquisador.

Trazidos pelos portugueses na época da colonização do Brasil, a raça curraleiro pé-duro está distribuída atualmente apenas entre os estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Paraíba. Por aqui, as cidades onde as 200 cabeças estão localizadas são: Brejo do Cruz, Taperoá e Catolé do Rocha.

Contudo, para possibilitar esse acréscimo da população da espécie, Geovergue explicou que o Insa deverá distribuir cerca de 100 animais para criadores que em dentro de três anos irão repassar as crias dos bichos recebidos para outras localidades com a finalidade de perpetuar a espécie.

“Nesse primeiro momento cada criador vai receber três matrizes (vacas) e um reprodutor. Nossa proposta é que essa raça que pode ser aproveitada na produção de carne, receba um melhoramento genético, evitando o cruzamento entre parentes e outras raças para que ela seja fortalecida e tenha sua população aumentada. Esta é uma forma de criar novos núcleos de animais para que assim possam ser gerados outros núcleos e com isso evitarmos que esse animal que faz parte da cultura nordestina deixe de existir”, afirmou o pesquisador Geovergue Medeiros.

Imagem

Jornal da Paraíba

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