VIDA URBANA
Radialista Fabiano Gomes vira réu acusado de extorsão no caso da Calvário
Ele é acusado pelo Ministério Público de tentar extorquir alvos da investigação.
Publicado em 16/09/2020 às 14:04 | Atualizado em 16/09/2020 às 19:46
A juíza Michelini de Oliveira Dantas Jatobá, na qualidade de substituta imediata do Juízo da 5ª Vara Criminal, recebeu denúncia do Ministério Público estadual contra o radialista Fabiano Gomes da Silva, no caso da Operação Calvário. Ele foi denunciado em março deste ano sob acusação de tentar extorquir e constranger possíveis alvos da investigação, sob o pretexto de que teria proximidade com autoridades que coordenam os trabalhos.
Na denúncia, o Ministério Público chegou a requerer a prisão preventiva do radialista, mas o pedido foi negado pela juíza Michelini Jatobá. "Neste momento, não nos é dado saber, com segurança, se as circunstâncias que ensejaram o pedido de prisão cautelar ainda persistem, de modo a justificá-la, em toda a sua excepcional gravidade", ressaltou a magistrada.
Ainda na decisão, Michelini Jatobá não descarta a possibilidade de reverter a decisão pela prisão. "Caso reste demonstrada a recalcitrância do denunciado, a acarretar risco de comprometimento das finalidades do processo, mas em termos concretos, a decretação da medida mais gravosa poderá ser reavaliada", alerta.
A juíza mandou citar o radialista para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias. "Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário", pontuou.
Defesa
Da decisão cabe recurso. A reportagem do Jornal da Paraíba entrou em contato com o radialista Fabiano Gomes e ele negou que a ação tenha relação com a Operação Calvário. "Só fala sobre uma suposta extorsão, que tenta me vincular à Calvário", reitera.
Ainda segundo Fabiano Gomes, o desembargador desmembrou, não aceitou a denúncia da Calvário e colocou a da extorsão para primeira instância. "Se tivesse calvário eu estaria no TJ pelo privilégio de Estela (Bezerra), Cida (Ramos) e Márcia (Lucena)", completou.
Entenda o caso
De acordo com os autos do processo nº 0002397-51.2020.815.2002, Fabiano Gomes é acusado de tentar extorquir possíveis alvos da investigação da Operação Calvário e delas passando a exigir indevida vantagem econômica, sob o pálio de possuir informações privilegiadas e de conteúdo prejudicial às mesmas. Uma das vítimas, de acordo com o Ministério Público, teria sido o empresário Denylson Oliveira Machado, sócio-majoritário do Paraíba de Prêmios.
Diz a denúncia que a pretexto de possuir tais informações, a exemplo de supostas degravações, em seu poder, Fabiano Gomes passou a entrar em contato com determinados personagens (entendidos por ele como "possíveis alvos"), valendo-se, como regra, de aplicativos de comunicação social, para, então, barganhar seu silêncio e sua "proteção", dentro da investigação.
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