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VIDA URBANA

Rangel: também falta infraestrutura e organização no mercado

Esgoto e Lixo afasta clientes e prejudica feirantes no mercado publico do Rangel; a administração culpa os feirantes pela sujeira no local.

Publicado em 27/11/2011 às 6:30

Problemas também no Mercado Público do Rangel. A falta de infraestrutura e a sujeira podem ser vistas logo na entrada do local. O comerciante Natanael Roque trabalha no mercado desde a fundação, na década de 1970, e diz que a situação de abandono se agravou nos últimos anos. “O Mercado Público do Rangel está entregue às baratas, falta investimento”, afirma.

No mercado, o esgoto corre a céu aberto e animais (como gato e cachorro) dividem o mesmo espaço com os feirantes. Um olhar mais apurado pode observar moscas e formigas nos balcões onde carne e frango são comercializados. Andar pelo local exige equilíbrio; há buracos e mais buracos pelo caminho. Muitos, segundo os comerciantes, estão lá há cinco, 10 anos.

A insatisfação é praticamente unânime no mercado. Para Fábio Nascimento, que vende carne no local há mais de 20 anos, a falta de estacionamento é outro fator que contribui para afastar a clientela do mercado. “Por conta disso, já perdi fregueses antigos, que passaram a comprar no supermercado, que é mais cômodo, limpo e oferece estacionamento”, relata.

Mas, há quem prefira comprar no mercado, apesar de reconhecer os problemas. É o caso de Doralice Lopes, que vai ao mercado três vezes por semana para comprar carnes e outros alimentos. “Realmente, são muitos problemas, mas há a vantagem de comprar alimentos frescos, o que a gente não encontra no supermercado, onde a maioria é congelado”, declara Doralice, cliente assídua há mais de 15 anos.

ESGOTO
O problema do esgoto que corre a céu aberto interfere diretamente nas vendas do mercado, sobretudo para quem comercializa refeições. É o caso de Francisca Andrade, mais conhecida por Neide. “Muitas vezes a gente tira dinheiro do próprio bolso para desentupir o esgoto, é uma vergonha”, afirma. Segundo ela, o mal cheiro afasta os clientes. “Ninguém quer comer dentro dessa fedentina, não é mesmo?”, frisa.

A declaração é confirmada por Maria Socorro Lopes, que tem um armarinho no mercado. “Quando o esgoto entope, não tem outro jeito a não ser fechar as portas”, desabafa.

Sobre a situação do Mercado Público do Rangel, o secretário Lucius Fabiani informou que será construída uma rede de esgotamento sanitário. Segundo ele, os problemas atuais são consequências do projeto feito há 40 anos para atender uma demanda, que hoje é três vezes maior. A administração do mercado, por sua vez, apresentou 25 comprovantes de serviços de limpeza e desobstrução realizados este ano, e culpou os feirantes pela sujeira no local.

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Jornal da Paraíba

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