VIDA URBANA
Reforma elétrica não teve início
Mais de cinco meses após o incêndio que destruiu nove lojas shopping popular ainda aguarda reforma na parte elétrica.
Publicado em 19/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/02/2024 às 17:03
A reforma na parte elétrica do shopping Edson Diniz, em Campina Grande, ainda não começou, mais de cinco meses após o incêndio que destruiu nove lojas e danificou pelo menos 30 no dia 9 de fevereiro deste ano. De acordo a Secretaria de Obras do município, as obras de combate a incêndio já começaram, mas a Prefeitura aguarda liberação por parte da Energisa para mexer no cabeamento. Comerciantes que atuam no local temem novos incêndios caso a fiação não seja trocada.
Segundo esclareceu o secretário de Obras, André Agra, a reforma começou pela recuperação do telhado, hidrantes e tubulação. “Tínhamos 15 dias para iniciar a obra a partir da aprovação do Corpo de Bombeiros, conforme solicitação do Ministério Público, e já começamos a executar as obras de combate a incêndio do shopping. Estamos verificando tudo, concerto de telhado, hidrante, verificando as tubulações.
Compreendemos a urgência com relação à fiação, mas aguardamos liberação da Energisa para iniciarmos a intervenção. Estamos cobrando todos os dias, tão logo libere, começaremos”, frisou.
O projeto de combate a incêndios apresentado pela Prefeitura Municipal de Campina Grande para reforma do local foi aprovado pelo Corpo de Bombeiros no dia 25 de junho, dando prazo de 15 dias para início das obras. Segundo a Promotoria do Consumidor, caso a Prefeitura não cumprisse o prazo, previsto em TAC, seria multada em R$100 mil e o Ministério Público poderia pedir a interdição do local. “Como iniciamos as obras no início da segunda quinzena de julho, estamos cumprindo o prazo”, reforçou André.
Muitos comerciantes cobram a urgência na reforma da parte elétrica. “Estamos vendo que as coisas estão andando, as reformas estão sendo feitas, mas essa parte da fiação deveria ter sido a prioridade, porque não adianta reformar, se ainda corremos riscos de acidentes”, comentou uma das comerciantes que teve o box completamente destruído pelo incêndio, mas não quis se identificar.
O administrador do Edson Diniz, Jobson Alves, também alertou para o problema. “Iniciaram pela parte do telhado, os boxes foram refeitos. Mas a parte que requer uma urgência é a eletricidade. É um risco muito grande e eu temo que o MP queira interditar o shopping por conta disso se demorar muito e nós sobrevivemos do shopping”, enfatizou.
O chefe de cartório da Promotoria do Consumidor de Campina Grande, Luciano Sodré, informou que não há nenhuma sinalização de interdição do espaço no momento. Segundo ele, o promotor responsável, José Leonardo Clementino, só estará disponível na promotoria na próxima terça-feira.
IRREGULARIDADES NO LOCAL
No mesmo dia 25 de junho, uma equipe da Defesa Civil realizou uma fiscalização no shopping Edson Diniz, para averiguar se os comerciantes estavam atendendo a algumas recomendações necessárias. Apesar dos alertas, foram encontradas irregularidades retrocedentes, como extintores de incêndios escondidos por trás de produtos, quando devem ficar isolados em locais visíveis, pontos de obstrução nos corredores em virtude de manequins e produtos fora dos boxes.
Na ocasião, a Defesa Civil informou que iria preparar um laudo técnico constatando as irregularidades encontradas e encaminharia o documento para o MP e para o Corpo de Bombeiros. “Não houve necessidade de notificar o MP ou o Corpo de Bombeiros, porque, após a vistoria, os comerciantes voltaram a seguir as recomendações. Continuamos realizando vistorias periódicas para averiguar”, disse o coordenador do órgão em Campina Grande, Ruiter Sansão.
Ontem, a equipe de reportagem do JORNAL DA PARAÍBA esteve no local e constatou que os extintores estavam visíveis e disponíveis em todos os pisos, com exceção do último, que estava fechado para a reforma e os manequins estavam dentro dos boxes e não nos corredores.
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