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VIDA URBANA

Reitor da UEPB diz que confusão entre professora e policial foi causada por 'inabilidade'

Em nota, Rangel Júnior afirmou que universidade e PM devem firmar um convênio.

Publicado em 03/11/2017 às 9:39

Houve “inabilidade das partes envolvidas”. É assim que o reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Rangel Júnior, avalia o episódio em que uma professora de Direito da instituição impediu uma aluna policial militar de fazer uma prova. Em nota, divulgada na quinta-feira (2), o Rangel ressalta que universidade e Polícia Militar devem firmar um convênio.

A polêmica aconteceu na terça-feira (31), no campus da UEPB de Guarabira.A aluna policial afirma que a professora a impediu que fizesse a prova, pelo fato de está armada e fardada. A professora disse, em entrevista à TV Cabo Branco, que apenas sugeriu que a aluna deixasse para fazer a reposição da prova, já que ela estava no seu dia de trabalho na corporação.

Rangel Júnior disse que após os fatos determinou que o procurador-geral e o ouvidor da UEPB fossem ao Campus de Guarabira com o o objetivo de apurar como se deu a situação. “Havia muitas versões para o mesmo fato e seria imprudente qualquer fala ou ação sem o relato fiel do ocorrido, a partir dos depoimentos das partes envolvidas e do máxima de testemunhas possível”, afirma o reitor, justificando o fato do posicionamento só ter sido divulgado dois dias após a polêmica.

“A partir desta apuração inicial, a compreensão das instituições é de que o problema foi gerado, a princípio, por inabilidade das partes envolvidas na condução do fato. Nesse sentido, para evitar que situações dessa natureza voltem a acontecer, o comando da PM e a UEPB definiram alguns termos para a formalização de um convênio de cooperação, no qual o aluno militar passe a conhecer melhor o âmbito da Universidade e suas normas, bem como os servidores da Instituição também tenham melhor compreensão sobre as regras que regem a conduta do profissional militar”, diz um trecho da nota de Rangel.

Segundo o reitor, representantes da Ouvidoria e da Procuradoria da UEPB vão fazer visitas a todos os campus da instituição para se reunir com os alunos policiais e ouvir relatos sobre as principais dificuldades que encontram para conciliar as funções com a vida acadêmica. “Por outro lado, esse trabalho também permitirá que os alunos policiais compreendam que, assim como a Polícia Militar possui normas a serem seguidas por seus servidores e respeitadas por todos os cidadãos, a Universidade também tem suas regras, que devem ser seguidas por todos aqueles que integram a comunidade acadêmica”, completa a nota.

Em entrevista exclusiva à rádio CBN João Pessoa, o ministro da Educação, Mendonça Filho, também falou sobre a polêmica. “O ambiente universitário não é um ambiente adequado para uso de arma de fogo, ainda mais numa situação como essa, de aplicação de prova. Mas eu prefiro não fazer uma análise específica desse caso, por não conhecer as circustâncias”, afirmou.

Associação dos professores ataca policiais

Assim como Rangel Júnior, a Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (ADUEPB) também soltou uma nota sobre a polêmica em Guarabira, mas o tom foi bem diferente. A entidade sindicaal acusa os policiais de abuso de autoridade e relembra um outro episódio também ocorrido em Guarabira, quando um policial tentou prender uma estudante que grafitava uma parede, no dia 26 de outubro.


“A Assembleia Geral dos professores da UEPB entende que ambas as iniciativas dos agentes policiais configuram atentados a autonomia universitária. A mais recente, busca transformar uma decisão de uma professora que tem autonomia didático-pedagógica em um fato policial”, afirma a ADUEPB. “Os professores repudiam a tentativa de integrantes da Polícia Militar de, primeiramente , impedir a livre expressão de ideias e pensamentos e, posteriormente, de buscar transformar questões acadêmicas e pedagógicas em um caso policial”, completa.

'Preconceito profissional'

Logo após o episódio envolvendo a professora de Direito e a aluna, a Caixa Beneficente dos Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Bombeiro Militar da Paraíba afirmou em nota que a situação causou “constragimento não só à pessoa da policial, mas a todos os integrantes da corporação, demonstrando claro preconceito profissional, o que deve ser combatido nos dias atuais”. O órgão disse inclusive que iria acionar a universidade judicialmente e enviar um ofício pedindo o afastamento da docente envolvida no caso.

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Jornal da Paraíba

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