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VIDA URBANA

Reprovação é cultural, afirma especialista

Coordenador da Fundação Lemann diz que é preciso estratégias para que o aluno não repita.

Publicado em 10/08/2014 às 8:00 | Atualizado em 05/03/2024 às 14:24

O problema da distorção idade-série atinge todo o país, segundo Ernesto Martins Faria, coordenador de projetos da Fundação Lemann. “Temos uma questão cultural relacionada à reprovação. Nesse contexto, o Ideb ajudou muito, pois passou a ser um estímulo para diminuir as taxas de reprovação”, declarou. Segundo Faria, que critica a reprovação dos estudantes, é preciso desenvolver estratégias para garantir que o aluno se esforce mais e não tenha que repetir o ano. “O que observamos é que o aluno é reprovado e quando repete o ano pela segunda vez, tem tratamento semelhante”, afirmou.

Essa repetência sem 'novidade', de acordo com o especialista, pode facilitar o abandono dos alunos. “Grande parte dos alunos que repetiu de ano não tem aprendizado adequado no futuro”, destacou. Sobre a situação da Paraíba, Faria disse que o Estado está um pouco melhor, mas ainda está negativo em relação ao Brasil. “Outro ponto que observamos é que a distorção idade-série está ligada a problemas socioeconômicos”, frisou.

O especialista disse que o aluno atrasado representa um desafio para o professor. “É difícil para o professor ter na mesma sala de aula um estudante de 12 e outro de 15 anos”, afirmou. Segundo ele, o mais importante é entender qual o tipo de contexto é mais adequado para aquele aluno. “A depender do atraso, as políticas podem ser diferenciadas”, explicou.

Sobre a distorção idade-série na rede privada de ensino, o especialista disse que, pelo fato dos pais pagarem uma mensalidade, muitas vezes a escola se sente meio insegura em reprovar o aluno, tem isso. “Nas escolas particulares a reprovação é usada como o último recurso, pois a direção teme que o pai tire o filho da instituição”, afirmou Faria. Segundo ele, essa lógica de evitar a reprovação deveria ser levada à rede pública.

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Jornal da Paraíba

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