VIDA URBANA
Rios continuam sendo poluídos com esgotos
Cagepa anuncia investimento de R$ 1 milhão em equipamentos que tratam esgoto residêncial e comercial, antes de despejar nos rios.
Publicado em 08/02/2012 às 6:30
Até o final deste ano, a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) vai investir cerca de R$ 1 milhão na compra de equipamentos para as 26 centrais de tratamento de esgoto existentes em João Pessoa. A medida, anunciada ontem pelo superintendente da Cagepa, Deusdete Queiroga, tem o objetivo de reduzir os danos ambientais que são causados, há vários anos, pela Cagepa, e denunciados por moradores e órgãos de defesa do meio ambiente.
As estações possuem equipamentos que fazem o tratamento dos esgotos residenciais e comerciais e, em seguida, os despejam em rios. O procedimento é permitido por lei. No entanto, o problema ocorre quando as máquinas deixam de funcionar. Quando isso acontece, o esgoto deixa de ser tratado e é lançado nos mananciais, contaminando o meio ambiente e causando sérios prejuízos à saúde humana.
Em João Pessoa, a degradação ocorre em, pelo menos, dois pontos da cidade: em Mangabeira, onde há uma estação de tratamento que despeja esgoto no rio Cabelo; e na avenida Beira Rio, onde outra central da Cagepa causa danos ao rio Jaguaribe.
“Os equipamentos das estações possuem mais de 20 anos de uso e não têm motores extras. Iremos comprar motores e geradores extras, que entrarão em funcionamento toda vez que os equipamentos principais pararem de funcionar”, afirmou o superintendente da Cagepa.
As iniciativas buscam resolver um problema que é motivo de várias ações movidas pelo Ministério Público da Paraíba contra a Cagepa. Às margens da avenida Beira Rio, por exemplo, onde existe uma estação de tratamento da Cagepa, moradores denunciam que as máquinas ficam sem funcionar, com frequência, e despejam o esgoto in natura no rio Jaguaribe.
“Moro aqui há 18 anos e isso sempre aconteceu. Mas antes era pior. Já reclamamos tanto que eles (Cagepa) resolveram tomar algumas providências. Mas o problema ainda ocorre. Os motores param de funcionar porque quebram ou porque são desligados. Quando isso acontece, causa mau cheiro tão grande que dá dor de cabeça e vontade de vomitar”, diz o empresário Nilson Melo, 61 anos, proprietário da Granja Manaíra, que sedia a estação de tratamento da Cagepa.
O autônomo Cícero Ferreira de Souza, que também mora na área, disse que a estação possui quatro bombas, no entanto apenas duas funcionam. Segundo ele, faz uns dois meses que as bombas não apresentam defeito. No entanto, ele reclama de outra medida adotada pela Companhia. Segundo o morador, a Cagepa instalou uma tubulação que leva o esgoto da central até o meio do rio.
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