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VIDA URBANA

Risco de desidratação cresce durante o verão

Mais de 375 crianças menores de 5 anos foram hospitalizadas em 2014 na Paraíba.

Publicado em 20/01/2015 às 6:00 | Atualizado em 28/02/2024 às 17:21

Com o verão, a desidratação aumenta e especialistas indicam a ingestão de água para manter as crianças longe da doença. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, na Paraíba a média atual supera uma criança por dia internada por esse motivo. No ano passado, de janeiro a novembro, 375 meninos e meninas menores de 5 anos foram hospitalizados por desidratação na Paraíba. Os dados são do Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab) do Ministério da Saúde, que ainda não fechou os números de dezembro de 2014.

De acordo com especialistas, a desidratação acomete com mais incidência entre os meses de dezembro a março, quando o verão, estação mais quente e seca do ano, exige do corpo um esforço maior para mantê-lo em uma temperatura mais confortável, por isso se faz necessária a hidratação por meio do consumo de água. João Pessoa, devido ao clima litorâneo, foi a cidade que mais teve registros de internação de pacientes com menos de 5 anos no ano passado, com 29 hospitalizações, segundo o Siab.

A dona de casa Severina Martins, 27 anos, não quer passar pela preocupação de internar a filha de 4 anos por desidratação e toma os cuidados necessários para evitar a doença. “Ela já tem outros problemas de saúde, inclusive nos rins. Às vezes, vejo a boquinha dela ressecada e por isso dou bastante água e suco. Um sobrinho meu já ficou desidratado, Deus me livre dela (filha) passar por isso também”, declarou.

A precaução também é adotada por Joana Nascimento, 27 anos, que tem um filho de 2 anos. Segundo ela, o filho transpira muito e é bastante calorento, o que a faz redobrar a atenção quando o assunto é hidratação. “Ele é meio 'cheinho' e ativo, por isso sua muito. Eu não abro mão de estar sempre com uma mamadeira com água ou suco para ele. Com esse calor, a dose de líquido é redobrada para que ele não se desidrate”, contou.

O pediatra e presidente do Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM-PB), João Medeiros, explicou que a diarreia é considerada uma doença grave para crianças com idade inferior aos 5 anos, porque as desidratam rapidamente e que se não forem tratadas em tempo, podem correr risco de morte. “Com diarreia, a criança perde muita água e sais minerais do corpo, o que deixa a pele com o aspecto seco e pouca produção de saliva. Nesses casos, o tratamento de reidratação deve ser feito pelo acréscimo de ingestão de líquidos saudáveis, como sucos de fruta, chás e água, principalmente”, orientou.

João Medeiros acrescentou que o soro oral também é importante no tratamento, uma vez que o mesmo contém os sais minerais perdidos devido à diarreia. Segundo o pediatra, a doença atinge em maior escala as crianças que vivem em más condições sanitárias e de saúde, como em áreas sem saneamento básico.

“Geralmente a população desses locais não dispõe de condições mínimas de higiene, como lavar bem os alimentos, antes de prepará-los e consumi-los. Para isso, há a vacina contra o rotavírus, que é um dos principais agentes causadores da diarreia, distribuída gratuitamente nos postos de saúde”, disse.

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Jornal da Paraíba

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