VIDA URBANA
Risco de infestação por dengue é muito alto em 60 municípios da PB
Boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde revela que população de 60 municípios corre risco muito alto da doença este ano. Apenas JP tem plano de contingência.
Publicado em 29/01/2011 às 8:00
Valéria Sinésio
Do Jornal da Paraíba
O boletim epidemiológico da dengue, divulgado na sexta-feira (28) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), revela que a população de 60 municípios paraibanos tem risco muito alto da doença para este ano. Outros 57 municípios aparecem no mapa com risco alto, 51 com risco moderado e 55 com risco baixo para a epidemia da doença.
Os municípios considerados prioritários são: João Pessoa, Guarabira, Campina Grande, Itabaiana, Cuité, Monteiro, Patos, Princesa Isabel, Piancó, Catolé do Rocha, Souza, Cajazeiras, Bayeux, Cabedelo, Santa Rita e Conde. Até a terceira semana deste ano, 104 casos de dengue foram notificados no Estado, 48 a mais que o registrado no mesmo período de 2010.
Segundo o boletim, dos 223 municípios da Paraíba, apenas a capital tinha plano de contingência elaborado e aprovado no Conselho Municipal de Saúde. “Com a portaria 104 do Ministério da Saúde, os casos graves, os óbitos e os do tipo quatro estão entre as doenças de notificação imediata. Para isso, precisamos qualificar os profissionais quanto à classificação de risco da doença e monitorar a circulação viral para informar ao ministério”, disse a gerente-executiva de Vigilância em Saúde, Júlia Vaz. O objetivo é reduzir os índices de mortalidade.
A dengue é uma doença perigosa, que pode matar. Ela é causada por vírus, que provoca febre alta e repentina. Em todo o mundo, há quatro tipos de vírus que transmitem a dengue. Quando alguém pega um tipo de dengue, fica imunizada contra ele, mas não dos outros três. Isso implica dizer que uma mesma pessoa pode pegar dengue até quatro vezes, se for picada por mosquitos infectados com os diferentes tipos de vírus. O plano de contingência vai contar com um grupo de profissionais de vários setores da secretaria.
De acordo com a Secretaria de Saúde, no ano passado, foram notificados 8.241 casos da doença, dos quais 6.160 foram confirmados, sendo 6.065 de dengue do tipo clássica, 62 com complicação, 29 do tipo hemorrágica, e quatro com a síndrome do choque da dengue. Três pessoas morreram vítimas de dengue em 2010, sendo uma em João Pessoa, uma em Areial e uma em Campina Grande. Os dez municípios com maior número de casos são: a capital (1.027), Cabedelo (537), Campina Grande (392), Monteiro (284), Uiraúna (281), Catolé do Rocha (275), São José de Piranhas (202), Brejo dos Santos (175), Cajazeiras (141) e Patos (134).
Entre os objetivos específicos de combate à dengue estão: estimular e apoiar ações de mobilização social e controle vetorial; qualificar profissionais para o atendimento baseado na classificação na classificação de risco; qualificar e atualizar profissionais de vigilância ambiental nas ações de controle vetorial; definir a rede de laboratório para diagnóstico; definir rede hospitalar de referência para atendimento das formas graves da doença; monitorar a circulação viral no Estado; assessorar os municípios prioritários; estimular as doações de sangue no Estado; e monitorar a letalidade da doença.
A dengue é mais frequente no período do verão, quando a incidência de chuvas é maior e ocorre aumento da temperatura. Os criadouros do mosquito são mais comuns nas áreas urbanas, em lajes de prédios, calhas, lixo e objetos que acumulam água. As tampas de garrafas plásticas parecem inofensivas, mas podem ser uma armadilha. O Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, é altamente adaptável às mudanças climáticas. Seus ovos podem sobreviver até um ano sem água.
Os sintomas da dengue são febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor no corpo e nas juntas e manchas vermelhas no corpo. A orientação é procurar o quanto antes uma unidade de saúde. Se, além desses sintomas, a pessoa apresentar dores abdominais, vômitos ou qualquer tipo de sangramento, é preciso retornar imediatamente ao médico, pois a doença pode estar evoluindo para uma forma mais grave. Entre os cuidados estão o repouso, o consumo de líquidos (o máximo possível) e o uso de medicamentos apenas prescritos pelo médico.
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