VIDA URBANA
Rodo-shopping, moradia e saneamento são dificuldades
Centro comercial às margens da BR-230 custou R$ 6,1 milhões e está há um ano abandonado.
Publicado em 22/01/2012 às 6:30
O Centro Comercial Rodo-shopping Paraíba, localizado no quilômetro (km) 85 da BR-230, entre os municípios de Gurinhém e Caldas Brandão, no Agreste paraibano, é um dos problemas mais conhecidos dos moradores do distrito do Cajá. Logo na entrada, o retrato do descaso é percebido no espaço, que foi inaugurado oficialmente em 2010 e depois de um ano continua sem funcionar.
Idealizado para gerar emprego e renda para 48 comerciantes, que foram relocados após a duplicação da estrada, o Rodo-shopping encontra-se em situação de abandono com calçamento danificado, fiação elétrica exposta, lâmpadas penduradas e sem condições de funcionar devido a não conclusão da pista do lado esquerdo, que dá acesso ao centro comercial. O valor investido na obra foi R$ 6,1 milhões.
A moradia e saneamento básico são outras situações que preocupam os moradores do distrito. Na Vila Nova do Cajá, cerca de 10 casas de taipa estão em situação de risco e ameaçam cair.
“Há anos o prefeito prometeu construir novas casas e até agora nada foi feito, muitos vizinhos já se mudaram daqui, mas eu não tenho condições de sair, minha casa está cheia de rachaduras e improviso colocando barro nos buracos, este cantinho foi herança da minha mãe”, disse a dona de casa Maria da Penha Silva, 41 anos, que mora abaixo da encosta na BR-230 e teme pela vida de seus cinco filhos com a chegada do inverno, já que outras casas próximas já desabaram.
Nas proximidades do sítio Santa Inês, o esgoto corre a céu aberto e a população tem que se habituar a viver com mau cheiro. O matadouro público foi fechado e os moradores precisam ir aos municípios vizinhos para matar o boi. “A carne é transportada até aqui em cima de um carro, sem nenhuma higiene”, reclama o comerciante João Cabral, 59 anos, que mora no Cajá há 50 anos.
O prefeito de Caldas Brandão, onde fica situado o distrito de Cajá, João Batista Dias, disse que está buscando recursos federais para construir as casas da Vila Nova do Cajá, mas ainda não há previsão de quando as obras serão iniciadas. Quanto ao matadouro público, ele informou que foi fechado devido a uma determinação do Ministério Público e que o município não dispõe de recursos para reconstruí-lo já que o investimento seria de R$ 500 mil. Em relação ao esgotamento sanitário, as obras serão iniciadas ainda este mês e a previsão é concluir até março. (Georgia Simonelly)
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