VIDA URBANA
Róger: tumulto deixa um morto
Cerca de 150 homens da Polícia Militar foram acionados para conter o tumulto que teve início durante o banho de sol dos detentos.
Publicado em 29/01/2013 às 6:00
Um princípio de rebelião na Penitenciária Flósculo da Nóbrega, conhecida como presídio do Róger, em João Pessoa, deixou um saldo de um morto e pelo menos 20 feridos na manhã de ontem.
De acordo com o tenente-coronel Arnaldo Sobrinho, gerente do Sistema Penitenciário da Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (Seds), aproximadamente 500 presidiários se envolveram em um confronto entre grupos rivais e chegaram a atear fogo em colchões do pavilhão 4. Cerca de 150 homens da Polícia Militar (PM) foram acionados para conter o tumulto que teve início durante o banho de sol dos detentos.
Segundo o tenente-coronel Arnaldo Sobrinho, uma operação pente-fino terminou às 19h de ontem, com a relocação dos presos nos pavilhões cinco e seis. Reparos emergenciais já foram realizados e facas artesanais e espetos foram encontrados no local, mas o serviço de Inteligência da Polícia Militar trabalha com a possibilidade de encontrar arma de fogo no Róger. Por essa razão, as inspeções no presídio vão ser retomadas hoje, com horário não revelado pela Seds para não atrapalhar nas investigações.
“Alguns detentos ficaram feridos em meio à confusão e foram socorridos ainda na penitenciária. Outros 12 precisaram ser socorridos para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena”, relatou o tenente-coronel. De acordo com ele, o princípio de rebelião começou às 10h e foi controlado por volta das 11h. “Existe desavença entre detentos dos pavilhões cinco e seis, e, pelo que vimos, a confusão foi iniciada no horário do banho de sol. Cada pavilhão sai em um horário específico e houve confusão”.
Os moradores que residem em frente ao presídio se assustaram com a quantidade de tiros no interior da unidade. “Todos fechamos a porta com medo de alguma fuga ou possível invasão. Eram muitos tiros”, declarou um morador. Para Sônia de Souza, mãe de um detento, a dificuldade foi encontrar informações sobre o estado de saúde do filho. “Estava no trabalho quando soube da confusão. Vim do Colinas do Sul até o Róger e ainda não sei se meu filho está entre os feridos”, lamenta.
A Gerência do Sistema Penitenciário (Gesipe), informou que, ao perceberem a movimentação dos presos, os agentes penitenciários realizaram uma primeira ação de contenção com disparo de armas não letais. Em seguida, foi preciso o apoio dos Policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e Grupo Penitenciário de Operações Especiais (Gpoe), que chegaram à penitenciária para conter o conflito e iniciar uma operação pente-fino.
Dos presos levados para o Hospital de Trauma da capital, até o fechamento desta edição, três permanecem internados em estado regular.
O tenente-coronel Arnaldo Sobrinho descartou, ainda, a possibilidade de o princípio de rebelião ter sido motivado devido à insatisfação dos detentos sobre as alterações do comando administrativo dentro da Penitenciária Flósculo da Nóbrega.
Ainda na madrugada de ontem, por volta das 2h, um preso fugiu pelo portão da frente da penitenciária. “Será aberta uma sindicância para apurar a fuga. Foram feitas diligências, mas o detento não foi encontrado. Vamos apurar se houve facilitação”, completa.
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