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VIDA URBANA

Roubo de motos preocupa paraibano

Em agosto último, 149 motocicletas foram roubadas na PB. Bandidos usam veículos para praticar novos crimes.

Publicado em 22/09/2013 às 12:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:42

Veículo que a cada dia tem conquistado um número maior de usuários, as motocicletas facilitam a locomoção não só nas grandes cidades, mas também nos pequenos municípios. Mas, apesar de sua versatilidade, esse tipo de veículo e sua popularização também trouxeram consigo o interesse dos criminosos. Só no mês de agosto, a Secretaria de Segurança e Defesa Social registrou 149 casos de roubos de moto em todo o Estado.

Além de deixar apreensivos os condutores vítimas deste tipo de crime, os roubos de moto preocupam pelo fato de que a maioria desses veículos é roubada pelos bandidos com o objetivo de praticar novos crimes.

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas da Paraíba, Canrobert Rodrigues, os criminosos encontram nas motocicletas uma ferramenta ágil e com facilidades de locomoção, ideal para a prática de ações criminosas. “A maioria dos criminosos rouba essas motocicletas porque com elas é mais fácil cometer novos crimes. Eles se valem da facilidade de trafegar com ela nas ruas e se aproveitam disso para evadirem-se rapidamente, dispersando-se entre os demais veículos, após cometerem alguma ação criminosa”, destacou.

Além disso, as motocicletas roubadas também acabam virando mercadoria no comércio ilegal de peças e veículos. Segundo Canrobert Rodrigues, cerca de 30% das motos roubadas no Estado são vendidas de forma ilegal ou são desmontadas para a comercialização das peças que têm maior valor de mercado.

Conforme o delegado, a maioria dessas motos são vendidas em cidades do interior, onde a fiscalização dos veículos é menor. Canrobert explica que se valendo justamente da ausência dessas fiscalizações mais intensas, os criminosos oferecem as motos a um preço bem abaixo do valor de mercado, o que atrai os compradores.

Um exemplo recente ocorreu em Campina Grande quando, no dia 9 de setembro, policiais militares conseguiram prender um jovem de 18 anos que tentava vender uma motocicleta roubada horas antes em Campina Grande. Heitor dos Santos foi preso no bairro do Jardim Borborema quando tentava vender o veículo, roubado por ele e mais dois jovens no bairro de Santa Rosa, pela quantia de R$ 600.

Para tentar coibir essas ações, o que os órgãos de segurança têm feito, segundo o delegado, é aumentar, dentro das possibilidades de cada um, as fiscalizações das motocicletas, principalmente daquelas que apresentam irregularidades ou de casos em que condutores hajam de forma suspeita.

Em relação ao desmanche para venda ilegal de peças, o delegado disse que a polícia tem procurado realizar constantes fiscalizações para localizar pessoas e locais que comercializam esse tipo de mercadoria, mas destacou que não é simples coibir essa prática porque é difícil caracterizar como produto de roubo as partes desses veículos, uma vez que as mesmas não trazem nenhuma identificação que ateste a sua origem.

“Apesar das dificuldades, esse ano o nosso percentual de recuperação de motocicletas roubadas é de quase 60%, incluindo tanto as apreendidas com os criminosos, como também aquelas em que, durante alguma abordagem, foi constatada que eram produto de roubo”, completou.

RECEPTAÇÃO DE VEÍCULO IRREGULAR É CRIME

Atraídos por ofertas vantajosas, muitas pessoas acabam por comprar motocicletas diretamente de outras pessoas, sem se certificar sobre a origem ou situação legal do veículo. Mesmo não tendo conhecimento sobre a procedência do veículo, quem compra uma motocicleta ou qualquer produto roubado pode responder pelo crime de receptação.

O Código Penal prevê pena tanto para a receptação dolosa, quando se sabe que o produto adquirido é roubado, quanto a culposa, quando o comprador não tem conhecimento dessa informação, mas, através de outros indícios, deveria presumir a origem do produto.

A polícia alerta a população que ao negociar a compra de uma motocicleta é necessário verificar os documentos e situação legal em que ela se encontra, para ter certeza sobre sua procedência.

“É importante que antes de comprar uma motocicleta o comprador desconfie de vantagens exageradas e sempre procure verificar se a documentação do veículo está em dia. Inclusive, é possível verificar isso junto à polícia, basta procurar qualquer delegacia”, disse o delegado Canrobert Rodrigues.

ITEM DE SEGURANÇA CUSTA ATÉ R$ 270

Preocupados com os constantes roubos de motos, muitos condutores têm procurado reforçar a segurança de seus veículos para se sentirem menos expostos às constantes ações dos criminosos ao saírem de casa.

Os reflexos dessa preocupação dos motociclistas podem ser vistos nas lojas especializadas na venda e instalação de equipamentos de segurança para esses veículos. De acordo com o vendedor Rodrigo Santana, que trabalha em uma equipadora no Centro de Campina Grande, a procura por acessórios de segurança aumentou consideravelmente nos últimos meses devido aos constantes assaltos registrados na cidade.

Segundo ele, os alarmes são os equipamentos que lideram as vendas no estabelecimento, com uma saída que gira em torno de 40 unidades mensais. “Além dos alarmes, as trancas para motos e as travas de disco também dificultam a ação dos bandidos e, por isso, também lideram as vendas”, comentou.

Vítima de um assalto há quatro meses no bairro da Liberdade, em Campina Grande, uma das primeiras providências adotadas pela motociclista Fabrícia Batista de Sousa foi justamente procurar uma loja especializada para instalar um alarme na nova motocicleta. “Tive minha moto roubada ao parar num semáforo e até hoje nunca consegui recuperá-la. Para me sentir mais tranquila e tentar evitar que isso aconteça novamente, optei por colocar um alarme na moto nova”, contou.

Para o motociclista que deseja transitar com mais segurança pelas ruas, é possível equipar o veículo com acessórios cujos valores variam R$ 25 e R$ 270, conforme relata o vendedor.

De acordo com Rodrigo, o motociclista que deseja andar prevenido gasta em torno de R$350 para deixar o veículo totalmente seguro. “A população quer segurança e as pessoas que chegam aqui na loja para equipar as motos sempre saem satisfeitas com o resultado”, completou.

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Jornal da Paraíba

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