VIDA URBANA
Sanhauá sofre com poluição intensa
No rio Sanhauá vivem várias espécies de peixes, como curimã, bagre e saúna, além de camarão de água doce e caranguejos.
Publicado em 16/06/2013 às 6:00
A vida no rio Sanhauá não tem sido fácil. Como se não bastasse o descaso por parte da população, o rio também sofre com os resíduos jogados pelas fábricas que ficam nas proximidades.
As consequências têm sido drásticas. Há duas semanas, por exemplo, centenas de peixes apareceram mortos. Os caranguejos dos manguezais que ficam às margens do Sanhauá também correm risco de serem extintos. Contudo, a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) descarta poluição química no rio. Os ambientalistas discordam.
No rio Sanhauá vivem várias espécies de peixes, como curimã, bagre e saúna, além de camarão de água doce e caranguejos. A poluição afeta diretamente esses seres que, em casos extremos, morrem.
Segundo o ambientalista Fernando Yplá, o problema é decorrente de vários fatores: poluição industrial, do ar, da população ribeirinha, das pessoas que jogam lixo pela janela do ônibus e do carro, etc. “Cada um tem sua parcela de culpa”, afirmou.
Ele explicou que o rio Sanhauá padece de dois problemas: a poluição, que é generalizada, e a contaminação, que é pontual. “Esta ocorre quando as indústrias jogam seus líquidos de forma irresponsável nos rios”, declarou.
Segundo ele, o mais coerente seria que antes mesmo de uma indústria se instalar em determinada área, apresentasse um plano de afluentes líquidos. A responsabilidade do poder público e dos órgãos ambientais também não pode ser esquecida.
A poluição ocasionada pelas indústrias também implica em problemas para os manguezais do Sanhauá. “Até certo tempo as pessoas tinham desprezo pelos manguezais devido ao cheiro forte, mas eles são o filtro natural dos rios e são muito importantes para a cadeia alimentar”, frisou o ambientalista. Quando resíduos são jogados no rio, o manguezal consequentemente é afetado. Isso implica na diminuição de caranguejos.
A diretora superintendente Laura Farias, da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), negou que a morte dos peixes tenha ocorrido por falha da fiscalização do órgão. Ela classificou o episódio como 'um acidente'.
“Não houve falha da Sudema, a fiscalização está sendo feita de forma correta e constante”, declarou. Entretanto, a diretora admitiu a possibilidade de ter ocorrido algum vazamento de algum produto químico em fábricas. “Estamos apurando as responsabilidades”, disse.
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