Seap identifica facções criminosas que atuam dentro dos presídios da PB

João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba

A Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (Seap) está realizando um mapeamento rigoroso das facções e organizações criminosas que estariam atuando de dentro dos presídios do Estado.O objetivo é evitar a ‘guerra’ entre os grupos e isolar os líderes, diminuindo o ‘poder de fogo’ dos detentos dentro e fora das penitenciárias.

Até agora o trabalho de inteligência já conseguiu identificar integrantes de três facções: a ‘Al Qaeda’, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e ‘Estados Unidos’. Mais duas outras facções estariam tentando conquistar espaço na Paraíba, cujos nomes ainda estão sendo mantidos em sigilo.

O secretário Harrison Targino preferiu não comentar as especulações sobre o envolvimento de presos nos últimos dois ataques a ônibus registrados em João Pessoa. De acordo com ele, o trabalho de inteligência já tem surtido efeito e combatido a formação e a estruturação dos grupos.

“Já realizamos uma operação de transferência de oito presos mais perigosos, e que seriam líderes desses grupos, para presídios federais. Vamos continuar um trabalho de inteligência, investindo na capacitação dos agentes penitenciários e separando essas facções”, discorreu Harrison Targino.

O mapeamento deverá ser concluído até o fim deste mês e o maior desafio é construir a ‘árvore genealógica’ dos grupos existentes atualmente no Estado. “Iremos disponibilizar esses dados para os setores de inteligência das polícias e do Ministério Público para servir de base para as ações de política contra a criminalidade”, ressaltou.

Convênio

Na tarde da segunda-feira (8) o secretário Harrison Targino assinou um Termo de Cooperação Técnica com a Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), que vai oferecer gratuitamente seis cursos profissionalizantes do Senai para os presidiários paraibanos nas cidades de Campina Grande, João Pessoa, Cajazeiras, Patos, Guarabira e Catolé do Rocha. O objetivo é investir na ressocialização e dar oportunidade aos apenados de terem uma profissão. Até o fim deste ano devem ser beneficiados cerca de 400 presos, o que representa aproximadamente 5% da população carcerária da Paraíba, que é de oito mil detentos.

“Essa ação começa já na segunda-feira, em Campina Grande, e pode ser a diferença entre a vida e a morte dessas pessoas, que muitas vezes são jogadas em uma vala comum dos desassistidos”, resumiu Harrison Targino. Para o presidente da Fiep, Buega Gadelha, “será mais um desafio para nós”.

Os cursos de operador de computador, instalador hidrossanitário, instalador elétrico residencial, confeccionador de bolas de couro, confeiteiro e impressor serigráfico serão ministrados no interior dos presídios