VIDA URBANA
Sedes faz mapeamento de moradores de rua
Mapeamento realizado pela Sedes no bairro de Tambaú tem o objetivo de relocar os moradores de rua para casa de acolhida.
Publicado em 18/01/2013 às 6:00
No final da tarde de ontem, uma ação encabeçada pela Secretaria de Desenvolvimento Social de João Pessoa (Sedes) ouviu moradores de rua que vivem no Parque da Gameleira, região turística localizada na praia de Tambaú. O objetivo do trabalho é fazer o mapeamento das pessoas que vivem ao relento naquele região, dando a possibilidade de relocação para uma das Casas de Acolhida da cidade.
Estima-se que a capital paraibana tenha, em média, 100 moradores de rua, mas é preciso fazer um estudo detalhado dessas pessoas, conforme apontou Marta Moura, secretária de Desenvolvimento Social do município. “Não sabemos ainda quantas pessoas vivem no local. Queremos deixar claro que não se trata de uma ação de higienização ou policial. Queremos conhecer essas pessoas, saber de onde elas vêm. Aqueles que por espontânea vontade desejarem, serão encaminhados para os abrigos”, ressaltou.
Apesar do clima de tranquilidade, turistas e comerciantes da região se mostram insatisfeitos com os moradores de rua. O presidente da Associação dos Comerciantes de Pescado e Derivados da Paraíba, Nivaldo Cunha, afirma que a região vem se tornando palco para criminalidade. “Eles sujam a imagem do nosso comércio. Durante o dia vivem bebendo e se drogando, brigam uns com os outros, jogam pedras nos carros que passam na rua. Quando chega a noite, aqui fica um perigo, porque tem gente aproveitando para vender drogas na área”, relatou.
Em meio ao contraste da região, bons exemplos mostram que é possível mudar a realidade daqueles moradores. A professora Glória Meira é uma dessas pessoas, que acreditam em um futuro diferente para os que vivem na rua. “Enquanto muitos vivem no luxo, essas pessoas estão carentes de políticas públicas. Muitos precisam de tratamento, passam por diversos hospitais e não são bem atendidos. São pessoas que podiam estar produzindo, mas vivem na rua porque não encontram tratamento”, desabafou.
David Dantas, 33 anos, é um dos 'amadrinhados' da professora, que há meses busca tratamento nos centros de saúde pública.
“Ela é meu anjo da guarda. Não quero mais essa vida, quero me tratar, sair das ruas”, contou o homem, que assume ser dependente do álcool.
No final da ação de ontem, foram realizados 13 cadastros, com sete encaminhamentos para abrigos públicos. “Sabemos que só o mapeamento não resolve o problema, mas ele é o primeiro passo. Com ele queremos pensar em políticas que ajudem essas pessoas, entendam suas necessidades”, concluiu a secretária Marta Moura.
Na manhã de hoje, a mesma equipe vai estar no Ponto de Cem Réis, Centro, conversando com as pessoas que vivem na região.
Além da Sedes, participam da atividade Secretaria Municipal de Turismo (Setur), Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres e Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania. (Especial para o JP)
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