VIDA URBANA
Seis mestras do labirinto serão homenageadas no 30º Salão de Artesanato da Paraíba
O evento acontece entre 12 e 30 de junho, em Campina Grande.
Publicado em 29/04/2019 às 17:01 | Atualizado em 29/04/2019 às 18:14
Seis rendeiras que produzem labirinto vão ser homenageadas na 30ª edição do Salão do Artesanato da Paraíba, que terá como tema “Labirinto – a arte que une gerações”. A homenagem é justificada pela gestora do Programa do Artesanato da Paraíba (PAP), Marielza Rodrigues, com o fato de que elas tiveram no fortalecimento do artesanato no Estado. O evento acontece entre os dias 12 e 30 de junho em Campina Grande.
Perfil das homenageadas
Maria Marta Ferreira, de 57 anos, nasceu no Quilombo Pedra D’Água, comunidade afrodescendente localizada no município de Ingá. A artesã aprendeu a arte do labirinto aos seis anos, com a avó e a mãe. Além do labirinto, outra paixão de Maria Marta é a aprendizagem e o ensino – atualmente é professora do ensino fundamental. A artesã é considerada uma liderança nata, com papel fundamental na preservação da tipologia.
Evanilda Cavalcanti de Farias – ou simplesmente dona Dida – nasceu na Zona Rural de Serra Redonda, no Agreste paraibano. Aos 71 anos, a artesã é professora e conseguiu ser eleger vereadora da cidade por cinco vezes, chegando a ser presidente da Câmara de Vereadores, ganhando reconhecimento dentro e fora do município como empreendedora social.
Já a artesã Antônia Ribeiro de Mendonça, falecida em fevereiro deste ano, nasceu em Riachão de Bacamarte. Mesmo tendo estudado até o antigo ginasial, tornou-se professora do Sítio Chã dos Pereira, onde viveu a vida toda, falecendo aos 87 anos. Donha Toinha – como era chamada carinhosamente pelos amigos – aprendeu a arte do labirinto aos 12 anos, fazendo da tipologia a sua prioridade, mesmo com sete filhos para tomar conta.
Com estímulo ao associativismo, a artesã chegou a criar Associação das Artesãs Rurais de Chã dos Pereira, ganhou o título de Mestra da Lei Canhoto da Paraíba, sendo reconhecida pela Curadoria do Artesanato Paraibano como uma das maiores expressões do artesanato do nosso Estado.
Outra artesã homenageada será Terezinha Matias Cristóvão, mestra do labirinto, ofício que aprendeu com a mãe. Nascida em Riachão do Bacamarte, no Sítio Serra Redonda, Terezinha conciliava a arte do labirinto com a agricultura.
O labirinto não apenas ajudou a artesã a criar os filhos, mas deu a ela projeção, chegando inclusive a participar de uma feira em Paris, capital francesa, preservando e divulgando o artesanato paraibano.
Ainda entre as artesãs, Antônia do Nascimento Marinho. Ela nasceu em Juarez Távora e aos 69 anos tem contato com o bordado desde os dez anos de idade. Com o carinho pelo labirinto aliado ao profissionalismo, ela ganhou as condições de participar de várias feiras de artesanato em diversas cidades brasileiras.
Outra labirinteira habilidosa é Rita Fernandes da Silva. Aos 78 anos, dona Rita aprendeu a arte do labirinto aos sete anos, ensinada pela mãe. Muito disciplinada, Rita se formou em Letras, tornando-se professora da própria comunidade, tendo a oportunidade de educar várias gerações quando se tornou servidora efetiva do Governo do Estado. Como empreendedora, já foi homenageada com o prêmio Sebrae Top 100 de artesanato.
30º Salão de Artesanato da Paraíba
Esta edição do Salão de Artesanato da Paraíba vai contar com uma infraestrutura mais ampla no Museu de Arte Contemporânea da Unifacisa, sendo uma das maiores estruturas já disponibilizadas para o evento.
Além disso, o evento não vai utilizar sacolas e canudos plásticos, contribuindo para a conscientização do público com relação à poluição de rios e mares. Já a Fazenda do Sol vai participar do evento vendendo biscoitos em um local privilegiado na área de gastronomia regional.
Programação cultural
A Praça da Alimentação continuará em parceria com a Vila Junina, que apresentará uma vasta programação de trios de forró e bandas locais, além de food trucks com chefs de renome regional. O hall de entrada do Salão fará homenagem ao labirinto do Agreste e Brejo paraibanos, homenageando seis mestras da arte do labirinto, em referência ao tema do Salão. Ainda na Praça da Alimentação, haverá um palco em homenagem a Jackson do Pandeiro – considerado o Rei do Ritmo.
Já a passarela que liga o Museu à tenda externa mostrará a importância do algodão para o estado na geração de emprego e renda, em especial o algodão orgânico, que surge como opção competitiva no mercado e impulsiona a Paraíba novamente como grande produtor no cenário nacional e internacional.
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