VIDA URBANA
Sem água há 3 meses, moradores de distritos de CG ocupam Cagepa
Cerca de 30 moradores dos distritos de Catolé de Boa Vista e São José da Mata ocuparam o prédio do órgão em CG. Eles dizem que só deixam o local quando a situação for normalizada.
Publicado em 22/11/2010 às 11:55
Karoline Zilah
Cerca de 30 moradores dos distritos de Catolé de Boa Vista e São José da Mata ocuparam o prédio da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagep)a no Centro de Campina Grande nesta segunda-feira (22) reivindicando que o órgão providencie o abastecimento de água na região. Os representantes de cerca de 400 moradores reclamam que não recebem água em casa há cerca de três meses.
Equipados com panelas, mantimentos e colchões, eles dizem estar preparados para pernoitar na Cagepa e só deixar o local quando a água chegar às suas casas. “A gente tem comida, mas não tem água para cozinha”, reclama Josefa Cacilda, moradora de Catolé de Boa Vista.
De acordo com os manifestantes, mesmo não sendo contemplados com o abastecimento, mensalmente chegam suas respectivas contas d'água para pagar. Na descrição do consumo não há detalhe sobre a quantidade utilizada pela residência.
Além de continuar pagando a conta para não ficar inadimplente, os moradores desembolsam dinheiro para comprar água em carros-pipa particulares.
De acordo com a presidente da Associação Comunitária Rural do Sítio Monte Alegre, Maria do Socorro Carvalho (foto), a população paga de R$ 80 a R$ 120 para abastecer as cisternas uma vez por mês, mas, quando acaba, é preciso conviver com a água barrenta.
Outras comunidades chegam a ser atendidas pela Operação Carro-Pipa, do Exército.
Ligações clandestinas
O assessor de imprensa da Cagepa, Ricardo Avelino, informou ao Paraíba1 que a principal causa dos problemas de abastecimento na zona rural de Campina Grande e no Cariri são as ligações clandestinas, ou seja, os desvios de tubulações e conexões de água.
“A fiscalização não é eficiente porque a Cagepa suprime os ramais clandestinos, mas a população os reativa no dia seguinte”, comentou. No entanto, os agricultores e demais moradores dos assentamentos reclamaram que as ligações são feitas por fazendeiros da região.
Ainda de acordo com Avelino, foram enviados técnicos às comunidades nesta segunda-feira para avaliar a situação. A expectativa é de que o abastecimento nestes assentamentos seja normalizado até a terça-feira.
Comentários