Sem contraproposta do governo, delegados devem retomar greve

Da Redação

Os delegados da Polícia Civil e os secretários de Administração e de Segurança da Paraíba, Antônio Fernandes e Gustavo Gominho, se reuniram nesta manhã de segunda-feira (25) para discutir as reinvindicações da categoria, mas eles não chegaram a nenhum acordo.

Eles esperaram por cerca de 80 dias uma contraproposta salarial do governo e se desapontaram ao escutar o próprio secretário de Segurança dizer que não havia nenhum projeto para categoria até setembro. A greve da categoria pode ser deflagrada novamente já nesta terça (26), quando eles se reúnem em assembleia

Segundo Claudio Lameirão, a justificativa dada pelo secretáro de Segurança para não apresentar proposta salarial foi a crise econômica. Gominho teria dito que os cofres públicos estavam sem recursos e que somente em setembro, quando a economia estivesse normalizada, é que eles poderiam voltar a negociar um aumento. O secretário ainda disse que ele "não seria louco de fazer isso agora".

A resposta não agradou aos delegados, que esperavam por uma resposta concreta quanto às reinvindicações de igualar os salarios deles aos dos Procuradores do Estado ou com os delegados do Rio Grande do Norte. O valor pedido varia entre R$ 8 mil e R$ 9,1 mil. Atualmente, a renda inicial de um delegado de Polícia Civil na Paraíba está em R$ 5,3 mil, salário que, segundo eles, é o menor do país.

Para Lameirão, há contradições entre o que o Governo Estadual anuncia como prioridade com as ações das secretarias. "Como o governo prioriza a segurança pública e a secretaria não pensa nas pessoas que são responsáveis por garantir a paz? Para mim, Gominho não quer fazer nada pela categoria", declarou.

Os delegados se reúnem em assembleia às 19h desta terça-feira (26), no auditório da Senac, em Campina Grande. Para Lameirão, o sentimento de tristeza e desapontamento com o Governo do Estado pode fazer com que a greve seja retomada pela categoria em pleno período de São João.