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VIDA URBANA

Serviço da penitenciária feminina de JP é exemplo

Na Júlia Maranhão são sete profissionais que atendem em sala limpa e com ar-condicionado.

Publicado em 31/08/2014 às 7:30 | Atualizado em 11/03/2024 às 12:12

Em meio ao caos, uma realidade se destaca e pode até servir de exemplo. É a assistência médica oferecida na Penitenciária Feminina Maria Júlia Maranhão, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. Uma equipe de sete profissionais é responsável pelo atendimento a cerca de 350 detentas, segundo informou a diretora da unidade, Cinthya Almeida. O ambiente limpo e com ar-condicionado difere – e muito – da realidade enfrentada em outras unidades prisionais do Estado.

Na avaliação da diretora, isso se explica porque as mulheres são mais preocupadas com a limpeza, não só do presídio, mas também do corpo. “No presídio feminino você sente aromas, diferente do masculino, onde geralmente há um odor desagradável”, afirmou Cinthya. A equipe comparece diariamente ao local (de segunda a sexta-feira), faça chuva, faça sol, e conta com técnico de enfermagem, enfermeira, dentista, auxiliar de dentista, médica, assistente social, psicóloga e médica. “A única exceção é com a médica, que atende às segundas, terças e sextas”, declarou.

A primeira consulta acontece quando a mulher chega ao presídio, onde passa por uma triagem com a equipe de saúde.

Segundo a diretora, é comum detentas com alterações no fluxo menstrual no presídio, muitas pelo uso frequente de drogas.

Dores de cabeça e tontura são outros problemas comumente relatados no cárcere. “É algo que acaba vindo como consequência da privação do cárcere”, afirmou Cinthya.

Depois da primeira consulta, o atendimento se torna periódico.

Tanto por iniciativa da equipe ou por solicitação da apenada, que apresenta queixas à direção. Outra assistência às presas do Júlia Maranhão é a de psiquiatra, que visita o local pelo menos duas vezes ao ano para conversar com as mulheres, que não raro se queixam de solidão, causada pela distância da família e pelo arrependimento de ter se envolvido no crime.

Os atendimentos externos são feitos nas maternidades Cândida Vargas, Frei Damião e no Hospital Edson Ramalho, segundo informou a diretora. Destoando do que acontece em outros presídios, o Júlia Maranhão não tem grande incidência de problemas de pele, mas há diagnóstico de escabiose em algumas apenadas, conforme revelou Cinthya. “Todos os casos são diagnosticados e tratados seguindo a orientação médica”, explicou. A penitenciária também tem registros de detentas com diabetes e hipertensão, uma vez que muitas mulheres presas têm idade avançada. “

Em relação às gestantes, a diretora afirmou que todas realizam o pré-natal no ambulatório do presídio e que casos excepcionais (como gestação de risco, por exemplo) são tratados em unidades hospitalares. “Se houver necessidade de um acompanhamento mais completo, a detenta é levada para uma maternidade. Todas as gestantes seguem uma dieta prescrita pela equipe”, ressaltou.

A diretora disse que a implantação do ambulatório, há cerca de 2 anos, mudou consideravelmente a realidade do presídio.

“Antes a gente só trabalhava com a urgência. Quando uma detenta adoecia era preciso fazer escolta e levá-la para o hospital. Hoje trabalhamos com a prevenção e a realidade é outra, completamente diferente de antes, bem melhor”, destacou Cinthya. Além de prevenir problemas de saúde entre as presas, a presença da equipe também evita a saída do presídio, o que necessita de escolta e de atenção redobrada para evitar fugas.

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Jornal da Paraíba

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