VIDA URBANA
Servidores da Fundac realizam protestos
Funcionários da Fundac realizaram paralisação de advertência nesta quarta-feira (17) na capital reivindicando melhorias e reestruturação.
Publicado em 18/10/2012 às 6:00
O dia de ontem foi de protesto e cobrança nas sete unidades da Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac) da Paraíba, já que mais de 500 funcionários realizaram uma paralisação de advertência cobrando melhorias nas condições de trabalho e dos serviços prestados pela instituição. Outra reivindicação é reestruturação da carreira.
O movimento reduziu a quantidade de funcionários que trabalham diretamente com os 377 adolescentes em conflito com a lei que são assistidos nos abrigos do Estado, pois apenas 30% trabalharam.
Os demais trabalhadores se concentraram na frente das unidades, a exemplo do que aconteceu no Lar do Garoto e na Unidade de Internação Provisória em Lagoa Seca e no Centro Educacional do Adolescente (CEA) na cidade de Sousa. Já em João Pessoa, após se reunirem na Casa Educativa, Semiliberdade, Centro Educacional do Adolescente (CEA) e Centro Educacional do Jovem (CEJ), os manifestantes se dirigiram até a sede da Fundac para uma reunião entre a categoria, sindicato e presidência da instituição.
Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fundac, Lúcia Brandão, a situação atingiu um nível de descaso que não há condição nenhuma dos trabalhadores exercerem sua profissão com dignidade. "Do jeito que a situação se encontra não tem condições de prestar um serviço de qualidade e de contribuir para o processo de ressocialização”, afirmou a presidente Lúcia que não destacou a possibilidade de greve geral caso não sejam tomadas medidas pró-servidores.
Em Lagoa Seca, o Lar do Garoto e a Unidade de Internação Provisória abrigam 89 jovens, sendo 54 na primeira e 35 na segunda. Nos locais, os funcionários apontam superlotação nos alojamentos, falta de camas para os adolescentes, ausência de atendimento médico, material didático, equipamentos de proteção individual, além de condições de trabalho adversas, como interdição de dois dos três banheiros, corte de água, luz deficiente, fora o congelamento da progressão funcional e ausência de formação continuada.
“A água foi cortada e somos abastecidos por carro-pipa. Só funciona um banheiro para todos os funcionários, já que outros dois estão interditados, sendo que um está servindo como depósito de água, material de limpeza e outros objetos. Os adolescentes também só podem usar um banheiro. As condições de trabalho são péssimas. Quem trabalha na limpeza não tem material de proteção. É uma situação que não pode continuar”, apontou Francisco José, que trabalha há quatro anos no Lar do Garoto.
Já o servidor José Marcelo apontou o congelamento dos quinquênios dos agentes preventivos, o adicional de periculosidade, que também não sofre reajuste há mais de quatro anos, e a pouca quantidade de funcionários que trabalham nas unidades. “Na minha função só há dois funcionários, sendo que o outro está à disposição em outro setor. Vemos colegas serem aposentados com cortes salariais e isso nenhum trabalhador quer que aconteça”, apontou.
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