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VIDA URBANA

Sindicato denuncia excesso de trabalho

Publicado em 29/12/2013 às 8:00


De acordo com o presidente da Associação dos Policiais Civis da Paraíba (Aspol-PB), Sandro Roberto Bezerra, o que ocorreu com Thyago vem se repetindo no Estado, em consequência do efetivo reduzido. Os policiais civis, segundo o sindicalista, têm uma carga excessiva de trabalho. Em consequência dos baixos salários, a maioria acaba fazendo 'bicos' para garantir o sustento da família.

Bezerra disse que a situação é preocupante. Segundo ele, no ano passado, os policiais civis receberam coletes à prova de bala com data de vencimento para setembro. “Infelizmente o cenário de hoje é o de bandidos matando a força armada. Os marginais não se intimidam mais com os policiais, e isso tem nos preocupado porque a criminalidade não respeita mais as autoridades”, afirmou. A estimativa da associação é que pelo menos cinco policiais foram mortos este ano em confrontos com bandidos. Não há controle sobre o número de feridos.

Por conta da realidade que enfrentam, os policiais vão para as ruas com medo, conforme explicou o sindicalista. Atualmente, um policial civil acumula o trabalho de cinco. Muitos estão fazendo concurso para outras áreas e abandonam a profissão.

“Por ano temos em média 10 policiais que saem porque foram aprovados em outros concursos”, declarou. “Não há dúvida que a Polícia Civil está em extinção”, completou.

O fechamento das delegacias agrava o problema, que já é considerado crônico. “Nosso policial hoje trabalha extremamente cansado e estressado. Relatos de problemas de pressão alta, diabetes, síndrome do pânico e até ideia de suicídio se tornaram comuns”, afirmou. Mesmo com essas deficiências apontadas pela Aspol, a polícia da Paraíba foi a mais bem avaliada do país, conforme recente pesquisa divulgada pelo Ministério da Justiça.

Os riscos de ferimento e até de morte, segundo Bezerra, têm ligação direta com o efetivo reduzido. “O policial deve ir com número superior ao de bandidos que vai encontrar, e isso não acontece na prática. É sempre um risco muito alto. Além disso tem a questão dos coletes vencidos, que apenas maquiam uma falsa segurança”, argumentou.

Nem todos os policiais da Paraíba têm coletes, conforme a associação. “O governo não investe em segurança. As operações são midiáticas e no interior a realidade é vergonhosa”, criticou. Segundo a Aspol, a Polícia Civil conta com 1,8 mil homens e mulheres, incluindo os que trabalham no Instituto de Polícia Científica (IPC), quando o ideal seria, pelo menos, seis mil.

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Jornal da Paraíba

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