VIDA URBANA
Síndrome do pânico atinge 74 mil na PB
Transtorno 'silencioso' provoca danos à saúde de pacientes, mas há tratamento.
Publicado em 26/02/2012 às 16:41
O coração acelera. As pernas tremem. A respiração fica ofegante e uma sensação repentina de medo e desespero invade o corpo. Os sintomas, que mais parecem os de um infarto, são na verdade os da síndrome do pânico, um transtorno psiquiátrico que atinge 2% da população mundial, segundo a Sociedade Paraibana de Psiquiatria.
No Brasil, são quase 3,8 milhões de vítimas da doença, já que a população do país está estimada em 191 milhões de habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 3,7 milhões de pessoas que residem na Paraíba, o transtorno atinge 74 mil.
Segundo o presidente da Associação Paraibana de Psiquiatria, Rivando Rodrigues, o transtorno do pânico desencadeia alterações no organismo sem que haja nenhuma ameaça concreta de perigo. A síndrome não tem causas específicas comprovadas cientificamente e recebeu esse nome porque provoca um ataque repentino e sem explicação de pânico.
“A pessoa fica com medo de morrer, de sofrer uma parada cardíaca e entra em estado de desespero. Impulsionado pela mente, o corpo chega até a apresentar alterações como se a pessoa estivesse realmente sofrendo um ataque do coração.
Falta de ar, sudorese, formigamento nas mãos e até dores na região do peito surgem, fazendo o paciente acreditar que está sofrendo mesmo um infarto”, descreve o médico.
Os sintomas se manifestam de forma sutil e vão se agravando com a repetição das crises. No primeiro ataque, é mais comum surgirem o medo e a ansiedade. As pessoas comumente associam as crises aos locais em que elas ocorreram. Por isso, passam a evitar determinados lugares, como elevadores e salas fechadas, por medo de entrarem em pânico novamente nesses ambientes. Esses comportamentos dão origem às chamadas fobias, que vão limitando as atividades profissionais e sociais dos pacientes.
Como efeito em cascata, o portador de fobias passa a fugir também de locais movimentados e fechados, por acreditar que não terá condições de pedir socorro, caso sofra de nova crise.
“A pessoa pode estar em casa, por exemplo, assistindo a uma televisão e, de repente, sente aquele medo, como se é algo terrível estivesse acontecendo. O coração dispara, surgem sensação de sufocação, tonturas, tremores e o paciente acredita que vai morrer ou enlouquecer. A angústia dura de dez a 15 minutos, mas a sensação é de eternidade”, destaca o psiquiatra.
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