VIDA URBANA
STTP contabiliza 62 assaltos a ônibus em CG no primeiro semestre
Durante as abordagens, o dinheiro foi o mais procurado pelos assaltantes, seguido do aparelho celular.
Publicado em 16/09/2017 às 13:40
Estudo sobre a violência no transporte público de Campina Grande divulgado na última segunda-feira (11) mostra que de janeiro a julho de 2017 foram registrados 62 assaltos nos ônibus coletivos, com estimativa de um assalto a cada três dias, sendo em sua maioria com arma de fogo. Os dados foram apresentados pela Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP).
A estudante Ana Flávia, de 20 anos, foi uma das vítimas assaltadas. Ana foi abordada dentro do ônibus por dois indivíduos acompanhados de quatro outros no dia 5 de setembro e teve seu celular levado. O caso aconteceu durante o dia, enquanto a estudante ia para a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Bodocongó. "Eram seis jovens espalhados pelo ônibus. Dois me abordaram, um com uma faca nas minhas costas e outro pedindo o celular pela frente", disse Ana. A jovem que se sente desprotegida completa: "Além de não termos proteção, é difícil até de imaginar uma maneira de inibir uma situação como esta, porque parece que não existe limite. A sociedade que vive no medo, eles não".
A também estudante Thaís Suênia, de 20 anos, voltou a morar em sua terra natal, Santa Cruz. Um dos motivos que contribuiu nesta decisão foi a insegurança no transporte público, enquanto fazia o trajeto da sua casa, no centro de Campina Grande, até a UEPB. Thaís teve sua bolsa com cartão de crédito, documentos e dinheiro levada. "Fui assaltada há alguns meses. Dois caras que estavam no 303 quando passávamos em frente a Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) pediram parada, até que surgiu um terceiro e já entregou uma arma aos dois primeiros. Acabei voltando a morar em Santa Cruz. Vou e volto todos os dias, e é perigoso também, mas me sinto mais segura", disse a estudante.
Segundo informações do representante da STTP, Félix Neto, desses 62 assaltos, 70% foram praticados por dois ou mais elementos, apresentando também casos com até 8 assaltantes. Dessas abordagens, 46% foram praticadas com arma de fogo, 35% com arma branca e 19% com outros tipos de armas. Ainda de acordo com Félix, os próprios motoristas denunciaram os casos. "Nós orientamos os motoristas para que quando isso aconteça, eles procurem imediatamente as delegacias, para que já possam registrar o caso e em seguida a gente possa ter acesso aos números também", informou ele. Durante as abordagens, o dinheiro foi o mais cobiçado, seguido do aparelho celular.
De acordo com o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, o coronel Lamark Donato, o setor de planejamento do Batalhão também tem todos os dados de violência registrados, e as ações especiais de policiamento são feitas de acordo com as demandas de cada área. "A partir da análise dos dados que conseguimos através do setor de planejamento, seguimos a estratégia de aumentar as ações de policiamento nas áreas mais perigosas", disse o comandante.
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