VIDA URBANA
Sucatas se tornam criadouros para Aedes aegypti no Distrito dos Mecânicos
Além das sucatas, lixo acumulado que a população joga também aumenta focos do mosquito na região.
Publicado em 06/03/2016 às 12:00
O meio de sobrevivência para os profissionais que trabalham no Distrito dos Mecânicos, em João Pessoa, pode contribuir para a proliferação do Aedes aegypti, deixando quem reside nas imediações com medo de ser picado pelo mosquito. Isso porque as sucatas são ambientes propícios para servir de criadouros para o transmissor da dengue, chicungunya e zika vírus, segundo a Gerência de Vigilância Ambiental e Zoonoses (Gvaz).
O medo de ser acometido por alguma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti ronda as casas e estabelecimentos existentes ao redor das sucatas no Distrito dos Mecânicos, e até clientes que frequentam o local, como o administrador Ildemberg Pessoa, 39 anos, que precisou dos serviços disponibilizados pelos sucateiros.
“Tem que ficar atento para espantar qualquer mosquito que se aproxime. Ninguém quer ficar doente, mas se o que eu quero só encontro com mais facilidade aqui, tenho que me submeter a isso. Mas eu fico aqui por pouco tempo e vou embora, é pior para quem trabalha ou mora aqui perto”, frisou.
Nem mesmo quem trabalha no local consegue escapar das consequências resultantes dos infinitos para-choques, portas, assoalhos e demais partes sucateadas dos carros. O mecânico Valter Araújo, 47 anos, foi um dos profissionais do setor a ser vítima do Aedes aegypti. “Toda a semana passada eu faltei o trabalho porque estava acamado por conta desse mosquito. Fui no posto com muita dor no corpo, manchas no corpo e coceira, febre e mal estar. Me receitaram uma medicação e repouso. Não fizeram nenhum teste, mas disseram que era dengue”, contou.
Além das sucatas, o lixo acumulado que a população joga no local disponibiliza diversas possibilidades de focos do mosquito, desde baldes a tampas e embalagens.
Esse fato, inclusive, tem preocupado a Vigilância Ambiental, que clama pela consciência da população no que se refere à produção ou manutenção dos focos do mosquito, conforme afirmou o gerente da Gvaz, Nilton Guedes. “Nós fazemos nossa parte com o controle e inspeção desses locais com a aplicação do inseticida, nas formulações adulticida (elimina o mosquito na fase adulta) e larvicida (elimina ainda enquanto larva). Mas, infelizmente, não vemos mudança de forma efetiva das pessoas em colaborar com o combate ao mosquito e aos possíveis criadouros”, lamentou.
Nilton Guedes relatou que por diversas vezes os focos são eliminados, mas no dia seguinte populares voltam a colocar sucatas e lixo novamente. De acordo com o gerente da Gvaz, são realizadas visitas regulares, mensalmente, no Distrito dos Mecânicos, e às vezes a cada 15 dias ou até mesmo três vezes ao mês.
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