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VIDA URBANA

Sucatas viram criadouro para mosquito da dengue na capital

No Distrito dos Mecânicos, em João Pessoa, além das sucatas de veículos, o lixo e os pneus velhos representam perigo.

Publicado em 03/07/2015 às 6:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 13:25

O período chuvoso é o mais favorável para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, principalmente em locais com objetos que podem acumular água, como nas sucatas, que oferecem ambientes propícios para o depósito de ovos do mosquito. No Distrito dos Mecânicos, em João Pessoa, além das sucatas de veículos, o lixo e diversos pneus velhos representam perigo para os trabalhadores do local. A prefeitura municipal garante que realiza ações periódicas para o controle do vetor.

O cenário local indica um 'oásis' de focos para a proliferação do Aedes aegypti. São caixas de som de carros inutilizáveis, amontoados de pneus, recipientes plásticos jogados a céu aberto em meio ao lixo e as próprias sucatas que acumulam água limpa e se transformam em criadouro do vetor.

O mecânico Antônio Fernando trabalha no distrito e disse que o espaço é esquecido pelo poder público, que não tem realizado ações preventivas e de combate ao mosquito transmissor da dengue.
“A prefeitura cobra muito da gente sobre as carrocerias dos veículos, mas não fazem visitar para colocar veneno onde tiver foco do mosquito”, denunciou.

Já o diretor da Associação dos Mecânicos, Ailton Soares, ressaltou que é comum ver os profissionais do setor adoecerem com suspeita de dengue. “A coisa mais fácil de ver aqui é os mecânicos com dengue. Tem uns que até parecem estar imunes à doença de tanto que já foram picados pelo mosquito”, disse.

Entretanto, o gerente do Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses (Cvaz) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Nilton Guedes, garantiu que os trabalhos no local são realizados de forma permanente e prioritária, recolhendo pneus e aplicando inseticidas para o controle químico.

“É responsabilidade de quem produz o resíduo, como os borracheiros, mecânicos e revendedores, de armazená-los em locais cobertos. Apesar disso, a Cvaz faz a aplicação de larvicidas e adulticidas por meio de visitas quinzenais, e com o carro fumacê, semanalmente”, afirmou.

De acordo com Nilton Guedes, embora o período chuvoso seja favorável para proliferação da dengue em virtude do aumento de criadouros do mosquito, a temperatura baixa, típica do período, diminui as atividades do mosquito, como a produção de ovos, já que estes são mais ativos no momento do calor.

“Além disso, quando está chovendo não adianta aplicar os inseticidas porque eles têm a duração de ação muito curta e a chuva levaria todo esse remédio embora. Quando ela cessa, aí sim retornamos as atividades”, frisou.

Nilton Guedes informou ainda que na semana passada fez visitas no entorno do cemitério Senhor da Boa Sentença, no Varadouro, beneficiando o Distrito dos Mecânicos. “Encontramos focos em sucatas, mas em pequena proporção, mesmo assim fizemos a aplicação de inseticidas”, disse.

RECOLHIMENTO DE PNEUS
O gerente da Cvaz destacou que o setor recolhe pneus diariamente em um caminhão da Secretaria de Saúde, que somente no primeiro semestre deste ano, retirou da cidade mais de 60 mil pneus inservíveis. Mas Nilton Guedes observou que para o controle do mosquito Aedes aegypti, a participação da população é fundamental, evitando ofertar depósitos favoráveis ao foco, sejam pneus ou qualquer outro recipiente.

“Infelizmente, falta consciência da população que joga pneus e embalagens plásticas, por exemplo, em terrenos baldios, trazendo problema para ele e os demais. O combate deve ser em conjunto entre poder público e sociedade”, pontuou.

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Jornal da Paraíba

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