VIDA URBANA
Superbactéria expõe falta de vigilância e já chegou à Paraíba
Unifesp confirmou que amostras de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Bahia, São Paulo, Rio e Rio Grande do Sul eram de KPC.
Publicado em 15/10/2010 às 17:29
Da Redação
Com informações do Estadão
O aumento de casos de infecção hospitalar provocada pela superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) no Brasil reforça a necessidade de melhorar o sistema de vigilância de resistência bacteriana e de discutir as formas de prevenção, diz Ana Cristina Gales, professora de infectologia da Universidade Federal de São Paulo. "Muitos hospitais não sabem como e para quem mandar amostras", alerta.
A Unifesp confirmou que amostras de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Bahia, São Paulo, Rio e Rio Grande do Sul eram de KPC. Técnicos sabem que pacientes de outras partes do País foram infectados, mas os casos não foram comunicados à Anvisa. A superbactéria KPC pode ter causado 18 no Distrito Federal.
Para reduzir essa lacuna de informação, será discutido na Anvisa um Plano Nacional de Microagentes Multirresistentes. O documento prevê que a comunicação das infecções multirresistentes às autoridades sanitárias passe a ser obrigatória.
Segundo Ana Gales, "as razões que levam uma bactéria a driblar a ação dos antibióticos não são totalmente conhecidas. O abuso do medicamento pode interferir, mas não é o único fator". Para ela, é muito simplista a versão que atribui a resistência bacteriana apenas ao abuso de antibióticos.
Uma das formas de bactérias do meio ambiente terem contato com antibióticos é por meio de dejetos de esgotos de hospitais e da produção da indústria. Outro ponto relevante é o uso dos medicamentos na agricultura e no tratamento de animais.
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