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VIDA URBANA

'Superbactéria' já fez 79 vítimas este ano

Dado já ultrapassou o número de casos registrados durante todo o ano de 2013.

Publicado em 20/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 08/03/2024 às 17:22

O número de casos confirmados na Paraíba de infecção de pacientes a partir da bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), conhecida por ser resistente às medicações, já chegou a 79 nos sete primeiros meses desse ano. Esse dado já ultrapassou o número de casos registrados durante todo o ano de 2013, quando foram confirmadas 73 situações de infecção com a "superbactéria". Os números foram divulgados pela Comissão Estadual de Infecção Hospitalar, que já realizou 38 inspeções em hospitais municipais, estaduais, filantrópicos e particulares da Paraíba.

De acordo com Raquel Queiroz, enfermeira do Controle de Infecção em Serviços de Saúde, o aumento dos casos de infecção se deu principalmente pela inclusão de exames laboratoriais a que os pacientes foram submetidos. Segundo ela, não só as visitas nos hospitais foram mais efetivas, mas também o nível de atenção em relação à confiabilidade dos casos suspeitos contribuiu para esse acréscimo. Raquel ainda apontou a necessidade dos profissionais de saúde estarem atentos às medidas de higienização, principalmente em relação às mãos.

“É preciso que haja o controle de quem manipula o material biológico utilizado. Que o local onde o paciente esteja seja limpo com produtos adequados, e principalmente que o profissional de saúde faça a higienização correta das mãos, com água, sabão e álcool em gel específico para as atividades hospitalares”, explicou a enfermeira acrescentando que, apesar do grande número de casos de infecção, não foi registrada nenhuma morte causada pela superbactéria. “A KPC não mata o paciente. Ela influencia no quadro clínico, mas, quando há óbito, a causa é a doença diagnosticada”, disse.

A Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) da Paraíba, através da direção de Serviços de Saúde, afirmou que também realiza visitas em todos os hospitais do Estado, dentre eles as 34 unidades administradas pelo Governo da Paraíba, que juntas oferecem 2.730 leitos. Durante a inspeção são analisados aspectos como a estrutura física, as condições de trabalho e os processos de resultados.

Segundo Aílton César dos Santos, diretor técnico de Serviços de Saúde, que não confirmou quantas autuações já foram feitas esse ano em hospitais paraibanos, os principais problemas encontrados nas fiscalizações foram mofo em paredes e falhas na higienização dos locais e dos profissionais, fatores que potencializam as possibilidades de infecção.

“Nós buscamos avaliar tudo que possa potencializar uma infecção hospitalar a partir de qualquer bactéria. O número de óbitos do hospital; se a quantidade de cirurgias corresponde à capacidade do centro cirúrgicos; além de outras dificuldades do tratamento da saúde, como a existência de salas preparadas para enfermaria e consultório médico, por exemplo”, acrescentou César dos Santos apontando que a Agevisa realiza a verificação dos hospitais de todos os municípios paraibanos, exceto os de João Pessoa, uma vez que o serviço é municipalizado.

O diretor de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM), Eurípides Mendonça, considerou o número de infecções pela superbactéria KPC muito elevado, uma vez que os hospitais precisam se preparar para evitar que essa transmissão aconteça. Ele ainda apontou que as gestões dessas unidades de saúde necessitam se conscientizar para a criação de uma comissão de infectologia, que irá minimizar os riscos de infecção. “Os hospitais que têm acima de 70 leitos precisam criar essa comissão. Só assim poderão diminuir os riscos de contágio que, por esses números, são grandes”, disse.

O presidente da Associação Paraibana de Hospitais Particulares, Francisco Santiago, alegou que os hospitais privados obedecem às regras de higienização estabelecidas pela Associação Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde. Segundo ele, os hospitais também mantêm a dispensação criteriosa de antibióticos. “Essas bactérias estão no nosso meio e no ambiente hospitalar ela causa mais risco aos pacientes que estão em situação de saúde mais grave ou com imunidade baixa. Por isso, nós tomamos todos os cuidados com a higienização dos ambientes e dos profissionais e somos rigorosos quanto ao uso de antibióticos”, frisou. (Colaborou Katiana Ramos)

SAIBA MAIS SOBRE A SUPERBACTÉRIA

Klebsiella pneumoniae carbapenemase (kpc)

Sintomas > Febre, dores na bexiga, em caso de infecção urinária, e tosse, em caso de infecção respiratória.

Transmissão> Contato com secreção ou excreção de pacientes infectados ou colonizados.

Prevenção > Lavar as mãos sempre com água e álcool a 70%. Quem deve realizar esse procedimento de forma obrigatória são os profissionais de saúde.

Tratamento > Realizado com a associação de três antibióticos: polimixina B, tigerciclina e amicacina.

Recomendações > Mantenha as visitas afastadas dos pacientes infectados;
Esteja atento à nova regulamentação da Anvisa sobre o uso dos antibióticos;
Reduza ao mínimo necessário as visitas e consultas nos hospitais.

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Jornal da Paraíba

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