VIDA URBANA
Suspeita de divulgar 'Jogo da Baleia Azul' é detida em João Pessoa
Polícia Civil realiza operação contra 'Jogo da Baleia Azul' em oito Estados.
Publicado em 18/07/2017 às 8:20
Uma mulher suspeita de participar da divulgação do "Jogo da Baleia Azul" foi detida na manhã desta terça-feira (18) em João Pessoa e levada por policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE) para a Central de Polícia. Segundo o delegado responsável, ela deve prestar esclarecimentos e ser liberada. Equipamentos eletrônicos da suspeita também foram apreendidos pela polícia e devem ser encaminhados para o Rio de Janeiro.
Uma ação conjunta da Polícia Civil está sendo realizada na manhã de hoje na Paraíba e em outros oito estados brasileiros, para identificar e prender suspeitos de organizar e divulgar nas redes sociais um "jogo de incentivo ao suicídio', que ficou conhecido popularmente como "jogo da Baleia Azul". A operação começou no Rio de Janeiro e teve desdobramentos na Paraíba, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Ao todo estão sendo cumpridos 24 mandados de busca e apreensão nos oito estados. Os mandados foram expedidos pelo juiz Alexandre Abrahão, da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, e tem o objetivo é identificar e prender supostos "curadores" do jogo, que chegou a causar ferimentos em vítimas no Rio e tem ligação suspeita com casos no Mato Grosso e na Paraíba. Algumas vítimas, ao tentarem deixar o jogo, são ameaçadas por essas pessoas.
Baleia Azul
O Baleia Azul é uma corrente que tenta induzir virtualmente seus participantes, a maioria menores de 16 anos, ao suicídio através de 50 desafios.
Não existe um site do jogo ou outra plataforma onde ele possa ser encontrado. O jogo é uma iniciativa de criminosos que usam as redes sociais para impor desafios a crianças e adolescentes. Um grupo de organizadores, chamados de "curadores", propõem uma sequência de missões que envolvem isolamento social, automutilação e suicídio.
Investigações na Paraíba
"Chegou uma denúncia no domingo [9], com informações difusas. A informação foi confirmada ontem [segunda-feira]. O nosso setor de inteligência já está apurando, e caso se confirme as práticas o caso vai ser encaminhado para a Polícia Civil ou o Conselho Tutelar", contou Sobrinho.
Segundo o coronel, um grupo no WhatsAppcom cerca de 200 pessoas estaria realizando o desafio Baleia Azul, e teria a presença de alguns jovens paraibanos. "Uma aluna minha recebeu o convite, mas por ser um tanto que mais madura, viu que não era coisa boa e saiu rapidamente. Ela me contou isso ontem", afirmou.
Crime
Conforme Arnaldo Sobrinho instigar alguém a suicida-se configura um crime, que tem pena de reclusão de dois a seis anos. "Pode vir a configurar crime, se o comportamento da outra pessoa incentivar o suícidio. Isso está presente no artigo 122 [do Código Penal]", informou.
"Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave", diz trecho da lei.
E o caso tem pena duplicada, "se o crime é praticado por motivo egoístico; ou se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência".
Recomendações
A Safernet (associação que combate violação de direitos humanos na internet), ele surgiu de uma notícia falsa na Rússia que se espalhou a partir de 2015. Desde abril, a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) investiga várias pessoas que estariam relacionadas aos crimes envolvendo o Baleia Azul.
As recomendações incluem o monitoramento do uso da internet pelos adolescentes e crianças, sempre olhar as redes sociais dos filhos, observar comportamentos estranhos e conversar para conscientizar os adolescentes a respeito das consequências de práticas que são apresentadas nada têm de brincadeira.
Manter atenção redobrada com os jovens que apresentem tendência a depressão, pois eles costumam ser especialmente atraídos por jogos como o da Baleia Azul. As escolas também devem colocar o assunto em pauta.
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