Suspeitos de fraudar mais de R$ 1 mi são detidos nos EUA, mas têm prisão revogada

Um casal suspeito de aplicar golpes de mais de R$ 1 milhão por meio de agências de viagens e que estava sendo procurado pela Polícia Civil deverá responder pelos crimes em liberdade, após serem presos em Miami, nos Estados Unidos, e terem o alvará de soltura expedido por um juíz da Paraíba. Victor Souza de Lucena e de Mariana Martins Reis Lucena foram detidos no último dia 3 em uma ação conjunta entre a Polícia Civil, a Interpol, a polícia de Miami e o consulado americano.

A revogação da prisão, expedida pelo juiz Rodrigo Marques Silva Lima, o mesmo que decretou a prisão do casal em fevereiro deste ano, foi recebida nesta quarta-feira (10) pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF). Segundo o delegado Lucas Sá, o documento foi expedido antes mesmo que a deportação dos suspeitos tivesse sido concluída. "[Isso] ainda que os suspeitos tenham desviado valores superiores a R$ 1 milhão e que tenham fugido e que estejam morando atualmente nos Estados Unidos", disse, ressaltando que a polícia seguirá trabalhando no caso.

"A DDF informa à população que continuará investigando crimes desta natureza e que, ainda que os suspeitos fujam para outra cidade ou para outro país, a DDF esgotará todos os recursos legais cabíveis, no âmbito nacional ou internacional, para que os suspeitos respondam efetivamente pelas fraudes praticadas", informou Lucas Sá.

Ele explicou que a prisão ocorreu após seis meses de monitoramento dos suspeitos. "Em face de estarem com dois filhos pequenos, apenas o suspeito Victor Lucena foi preso. A suspeita Mariana Reis passou a ser monitorada por tornozeleira eletrônica, dando-se seguimento ao procedimento de deportação, que seria concluído em poucos dias, com a entrega dos suspeitos à equipe da DDF", contou.

Relembre o caso

O casal foi denunciado por clientes que haviam comprado pacotes de viagens nas agências da dupla e foram lesados. "O golpe consistia na negociação de pacotes de viagens com elevados valores, geralmente cruzeiros marítimos, e posterior descumprimento total das negociações firmadas. Eles ainda induziam as vítimas a erro, informando ser representantes de empresas de cruzeiros marítimos de nível internacional. Assim, assinavam contratos em nome dessas empresas e recebiam os valores contratados”, explicou o delegado Lucas Sá na época em que o mandato de prisão contra o casal foi expedido, em fevereiro deste ano.

Ainda conforme Lucas Sá, depois que as fraudes foram descobertas, os dois fecharam seus estabelecimentos, situados em dois shoppings de João Pessoa , no bairro de Tambauzinho, e passaram a não mais responder às pessoas que lesaram e com as quais haviam assinado contrato. "Foram essas pessoas que procuraram a Polícia Civil para noticiar as fraudes”, ressaltou.