VIDA URBANA
Tartarugas são encontradas mortas
O primeiro corpo foi achado, pela manhã, na praia do Poço, em Cabedelo. O segundo entre Intermares e Bessa, na capital.
Publicado em 26/10/2013 às 6:00
Duas tartarugas marinhas foram encontradas mortas ontem no litoral da Paraíba. O primeiro corpo foi achado, pela manhã, na praia do Poço, em Cabedelo. Já o segundo foi localizado no período da tarde na divisa das praias de Intermares e Bessa, em João Pessoa. Os animais eram adultos e estavam em avançado estado de decomposição.
Desde janeiro deste ano, já foram encontradas 106 tartarugas mortas em praias paraibanas, segundo dados da Guajiru, uma organização não governamental que atua na prevenção dessa espécie no Estado. A presidente da instituição, a bióloga Rita Mascarenhas, explica que a quantidade de mortes ainda é maior, porque esse total foi apenas referentes aos casos que a ONG conseguiu catalogar.
Para ela, a mortalidade é motivo de preocupação. A especialista observa que a tartaruga marinha está na lista de animais ameaçados de extinção. Apesar disso, são mortas por causa da imprudência das pessoas. “A maioria das mortes ocorre por asfixia. Ou o animal fica preso nas redes de pesca ou se engasga após comer lixo da praia. O maior vilão é o saco plástico que boia como se fosse uma alga no mar. A tartaruga acha que é alimento e o come. Em seguida, morre”, lamenta.
Criada há 11 anos, a Guajiru vem realizando ações para preservar as tartarugas marinhas. Só este ano, os voluntários catalogaram 142 ninhos na areia das praias, com ovos enterrados. Destes locais, nasceram 12 mil filhotes que foram levados ao mar.
Os animais passaram pelo procedimento chamado de “cesariana de areia”, ou seja, os voluntários retiraram as tartarugas dos ovos e as conduzem ao mar. Com isso, aumentaram as chances de sobrevivência.
“Se o nascimento ocorrer naturalmente e à noite, há o risco das tartarugas migrarem em direção às ruas, onde morrem atropeladas. Por isso, aceleramos esse processo, durante o dia”, explica a bióloga.
Uma tartaruga marinha pode viver por até 100 anos, mas apenas uma minoria chega a essa idade. A maioria termina sendo devorada no mar. De cada mil tartarugas, apenas uma consegue chegar à fase adulta, porque elas servem de alimentação para todos os animais maiores do que elas.
Por isso, os filhotes tentam ficar escondidos até completar 30 anos de idade, quando voltam à orla, para colocar novos ovos na areia, dando continuidade ao ciclo da vida.
Comentários